quinta-feira, 6 de março de 2014

#365 (+5) dias de Surrey

31/01/2014
Esses mais de 300 dias passaram voando. Tanto que ontem, o dia em que minha chegada na Inglaterra completou 1 ano, eu nem lembrei. Só agora, vendo todos os amigos partindo e deixando suas mensagens de despedida, consegui associar que eu também estou indo embora. Sim, acredite, a ficha demorou a cair. É difícil perceber que não faço mais parte daqui.

06/03/2014
Hoje completo um mês e um dia desde que voltei ao Brasil. Minhas últimas semanas em Surrey foram tão agitadas que faltou tempo pra me despedir daqui.

Minhas últimas viagens foram perfeitas e na companhia de ótimos amigos: Natal no interior de Portugal, Ano Novo em Sevilha, um último pulo em Paris e a descoberta de Lyon, capital gastronômica da França e cidade onde o cinema nasceu com os irmãos Lumiére.

Em Surrey, correria para finalizar e entregar os últimos trabalhos. O que mais demorou foi o documentário, que levou 4 dias inteiros de edição para ficar pronto. Eu, J e C não aguentávamos mais passar madrugadas naquele laboratório de edição. Mas o resultado ficou bem satisfatório e conseguimos nos divertir nessas noites intermináveis.

Nos meus últimos dez dias, minha prima veio me visitar, me dando a oportunidade de revisitar lugares que não tinha conhecido tão a fundo da primeira vez. Fomos ao castelo de Windsor conhecer os cômodos luxuosos onde a Rainha recebe convidados ilustres e também a coleção real de porcelanas; em Oxford, fiz o tour da Bodleian Library, a maior biblioteca de copyright da Europa e uma das mais antigas também. Lá estão guardados livros publicados na Inglaterra do século XV até hoje. O complexo de bibliotecas possui vários armazéns espalhados pelo subterrâneo de Oxford e teve que se expandir para fora da cidade tamanho o volume que não para de crescer.

Em Londres, me despedi da feira de Notting Hill, do buchicho de Covent Garden, tirei a famosa foto com o carrinho do Harry na estação de King's Cross, comprei besteiras na loja do M&M's, passei pelos festejos do Ano Novo Chinês em Chinatown, conheci o parque de Hampstead Heath, o Museu de História Natural e assisti ao clássico musical O Rei Leão.

King's Cross Station

Loja do M&M's em Leicester Square

Hampstead Heath




segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

#358: Reta final

Depois das merecidas férias de quase um mês, em que pude conhecer mais dois países - Portugal e Espanha -, reencontrar amigos queridos e com eles passar o Natal e o Ano Novo, de voltar à França com a melhor companheira de viagem e conhecer mais uma cidade - Lyon - , voltei a Guildford doida pra descansar e aproveitar minhas últimas semanas na Inglaterra.

Isso foi no dia 14/01. Desde então, o que menos fiz foi descansar.

Primeiro que, apesar de não ter mais aulas e de não precisar fazer provas como a maioria dos meus colegas de CsF (tem gente que tem prova até no último dia de aula do período), eu ainda tinha trabalhos pra entregar. Trabalhos que acabaram dando bastante trabalho.

O pior de todos, no sentido de mais exaustivo, foi o documentário. Tínhamos filmado tudo antes das férias e o que faltava era editar. E que árdua tarefa foi essa! Eu e minhas amigas de curso J e C sofremos por 3 dias inteiros na edição do vídeo de 11 minutos, saindo da faculdade depois das onze da noite, uma vez bem depois do último ônibus e tendo que voltar pra casa a pé, no frio. Não foi fácil. Mas todo o trabalho compensou, pelo menos é o que esperamos.

Junto com o documentário tive que entregar também um monte de documentos e uma avaliação individual de 1000 a 2000 palavras explicando como foi todo o processo, quais foram minhas funções, o que erramos, o que acertamos, etc. E o outro trabalho que ainda tinha que terminar também era uma essay de 1000 palavras sobre uma obra de arte para a outra matéria.

E isso tudo em meio ao caos de compra, arrumação de malas e a difícil tarefa de me livrar das tralhas caseiras que acumulei ao longo de um ano: panelas, pratos, copos, talheres, secador de cabelo, e mais um monte de coisa que eu nem sei como é que veio parar no meu quarto mas que uma coisa é certa: se não couber nas malas, vai ter que ficar!

No meio de tudo isso, minha prima veio me visitar, pra tirar minha cabeça desse caos todo um pouco e me ajudar a respirar, a passear. E também, verdade seja dita, pra me ajudar a arrumar as malas e a carregar com ela o que não der pra eu levar.

Desde que entrei de férias, meus sentimentos quanto a ir embora oscilaram de "não aguento mais esse país" para "quero ficar aqui pra sempre". No momento, a ideia de voltar não parece mais tão ruim, e a saudade que vou sentir daqui ainda não está me impedindo de fazer as coisas que tenho que fazer objetivamente. Posso dizer que estou bem racional e conformada com a situação, estou aceitando tudo muito bem.

Só entro em pânico quando penso nas malas.