terça-feira, 30 de abril de 2013

De Amsterdam para Londres

Me despedi de Amsterdam na segunda-feira (15/04) de manhã, com planos de voltar - para rever minha amiga de quem já estou sentindo saudade e para aproveitar mais a cidade.

Até que deu pra fazer bastante coisa: conheci o Red Light District à noite (sim, eu vi as prostitutas nas vitrines); fui no EYE, um museu do filme que além de instalações, tem várias salas de cinema e cabines particulares para assistir filmes do acervo deles e ainda fica num prédio com design bem interessante, do outro lado do principal canal de Amsterdam. Tivemos que cruzar o canal de barca; me senti indo do Rio para Niterói.

Podia ser o Caminho Niemeyer mas é o EYE de Amsterdam
Ao contrário do trajeto pela Baía de Guanabara, cruzar o canal foi bem rápido, cerca de dez minutos, e a barca era bem menor. Nem tinha lugar pra sentar, aliás, quase não tinha lugar pra ficar em pé - as bicicletas dominam todos os espaços.

Teve um dia também que eu visitei o jardim botânico de Amsterdam. Lá eles tem uma estufa enorme com plantas de climas tropicais, super quentinho lá dentro. As flores ainda não estavam completamente desabrochadas; não vi tantas tulipas quanto gostaria. Mas o jardim é bem bonito, ótimo para passeios românticos, o que não era o meu caso.



Tulipas holandesas!


***
A volta para Londres foi meio conturbada. Como parte do seu curso de publishing, a Lu ia participar da London Book Fair, mas estávamos em voos diferentes. O dela era às 8, o meu às 10. Às seis da manhã saímos de casa, mas o tram que deveria nos levar até a estação de trem nunca veio. Perdemos meia hora no frio, e nisso, tivemos que correr bastante. Acabamos pegando o metrô até a Central Station e de lá pegamos o trem para o aeroporto, mas nos separamos no metrô mesmo. A minha mala estava muito pesada e eu não conseguia correr tanto, deixei que minha amiga fosse na frente sem mim, para não arriscar perder seu voo. Não foi fácil arrastar minha grande mala para fora do metrô, ainda mais considerando a falta de escadas rolantes e elevadores (bem localizados) nas estações de Amsterdam. Por sorte tive ajuda de um rapaz e uma vez em frente à Central Station, não foi difícil comprar meu bilhete e esperar pelo trem do aeroporto.

Acabei chegando cedo demais e esperei bastante até a hora de embarcar, mas não tive problema algum, o voo foi bem tranquilo. Cheguei no aeroporto de Gatwick e ainda esperei uma meia hora até o trem para Guildford. Fiquei feliz de voltar para casa depois de três semanas fora, mas achei tudo muito estranho, o campus muito vazio, meu quarto muito solitário. Mas a primavera tinha transformado completamente a paisagem e isso só já foi uma alegria.

Tomei um banho rápido, fui para a estação de trem e voltei para Londres, para jantar com a Luísa e sua chefe do estágio no Brasil, que estava participando da feira. No dia seguinte eu também fui à feira, assisti uma palestra junto com a turma da Lu, depois demos uma volta pelo Hyde Park.

Na quarta-feira nos despedimos já cheias de saudade, mas não tive tempo de me sentir sozinha, pois naquela tarde encontrei Clarissa, minha grande amiga de infância, que aproveitou umas férias repentinas para passear pela Europa e matar as saudades de mim.

Na quinta-feira (18/04) voltei à Londres, dessa vez com a J., para participar da plateia de um programa de perguntas e respostas da BBC, Pointless. Foi à primeira vez que fui a um estúdio de TV, uma experiência realmente interessante.

Na sexta-feira fui com a J. em Camden Town, um bairro alternativo com vários mercados de rua onde você pode encontrar roupas, acessórios, sapatos, livros, por preços bem em conta. Não qualquer tipo de roupa: roupas lindas! Camisetas com estampas criativas e originais, casacos de inverno, roupas góticas e vintage, fantasias, dá pra fazer a festa. Comprei duas camisetas por 10 libras (e depois encontrei as mesmas camisetas numa barraca mais à frente na promoção 2 por 8... ¬¬), um sobretudo de lã vermelho que Kate Middleton usaria por 35 libras (era 55, mas o vendedor indiano foi baixando o preço até eu resolver levar). Enfim, um paraíso das compras para estudantes. À noite encontrei a Clarissa novamente, jantamos em um pub no SoHo e nos despedimos; sua passagem por Londres foi bem rapidinha, mas adorei rever minha amiga.

No fim de semana arrumei a casa, reabasteci a geladeira, desfiz a mala da viagem de Amsterdam e coloquei a vida em ordem para retornar às aulas na segunda-feira.


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Praga é (mesmo) a cidade mais linda do mundo

A Luísa já tinha me avisado: Praga é a cidade mais bonita do mundo. E não é que eu não tivesse acreditado ou duvidado de seu julgamento. Mas eu precisava comprovar por mim mesma, porque todo mundo tem opiniões diferentes sobre tudo. Não dá pra confiar que o que é uma verdade absoluta pra uma pessoa vai ser uma verdade absoluta pra outra também.

Mas nesse caso pode. E é unânime.

It is a truth unniversally known...

... That Prague is the most beautiful city in the world.


Eu não esperava que fosse gostar tanto. A verdade é que na minha lista de lugares do mundo para conhecer, Praga não era uma prioridade. O leste europeu não era uma prioridade. Eu queria ir no Mediterrâneo antes e conhecer a Alemanha também. Deixar os países fora da zona do Euro por último. Mas calhou de eu ir passar quatro dias em Praga junto com uma das minhas melhores amigas, que já conhecia e amava a cidade. E calhou de eu me apaixonar por ela também.

Depois de mais alguns dias em Amsterdam usufruindo dos dotes culinários da Lu (que são incríveis) e conhecendo a noite holandesa, na quarta-feira à noite voamos para a capital da República Tcheca - onde aparentemente ninguém se importa com quem entra no país, já que não havia funcionário algum na alfândega para nos 'receber'. E olha que a gente estava vindo de Amsterdam. Eles tinham todo o direito de desconfiar da nossa bagagem, se quisessem. Mas entramos no país sem restrição alguma - porque também não havia motivo.

Pegamos um ônibus, descemos no metrô da linha A, trocamos para a linha B e algumas estações depois estávamos no St. Christopher's Hostel. Primeira vez que fiquei em albergue, e foi uma ótima experiência: quarto limpo, arrumado, banheiro espaçoso e bem cuidado também. Nossos colegas de quarto é que não eram lá muito organizados... ou respeitosos. Mas foram embora cedo no dia seguinte e substituídos pelos amigos CsF da Lu: Adalberto, Diogo e Gabi, aniversariante e motivo da viagem.

Na quinta-feira eu e Lu fizemos o free tour com o pessoal do albergue. Passeamos pela Old Town Square, ouvimos histórias e lendas locais, fomos no bairro judeu, passamos pela filarmônica de Praga, vimos prédios góticos, barrocos e neoclássicos.

Ao fundo, torres da Tyn Church. Conseguem perceber a diferença entre uma torre e outra?
Mas a melhor atração do momento foi assistir o relógio astronômico em ação: a cada hora, o relógio soa as badaladas, os bonecos ao lado do relógio começam a se mexer, os doze apóstolos aparecem nas janelinhas acima do relógio e o show atinge seu clímax com o galo dourado que bate as asinhas e diz "coo-coroo!". Mais incrível ainda é saber que este mecanismo tão complexo - que marca as horas de três regiões diferentes e ainda diz o posicionamento do sol e da lua no céu - foi construído no século XV, e apesar de já ter precisado de reparos várias vezes, continua funcionando com perfeição e precisão.
Orloj, o relógio astronômico. O disco de cima  marca as horas e a posição do sol e da lua no céu; o disco de baixo apresenta todos s signos do zodíaco.
Depois do tour, atravessamos a linda e famosa Charles Bridge e fomos explorar o outro lado da cidade, conhecido como Lesser Town. Mais torres góticas e igrejas barrocas, mais beleza transbordante.

Charles Bridge

Portal de entrada da Lesser Town
Comemos por ali e depois caminhamos até o Vysehrad Park, um parque cercado por muros de pedra, que abriga a Igreja de São Pedro e São Paulo e fica no alto de uma colina, de onde dá pra ter uma incrível vista da cidade e do rio Vltava.

Vista do Vysehrad Park

Vysehrad Park e igreja
No dia seguinte, já com os amigos da Lu, visitamos o Castelo de Praga, o maior complexo de castelos do mundo, sede do poder desde a época em que a República Tcheca ainda era a Boêmia governada por reis. Diferentemente de muitos castelos que existem e existiram, a função principal do Castelo de Praga sempre foi de abrigar os escritórios do governo ao invés de servir de moradia para a nobreza, embora ele também tenha sido usado como residência para governantes em alguns raros momentos da história da cidade.
Entrada do Castelo de Praga

Catedral de São Vito, dentro do complexo do castelo
À noite, fizemos um pub crawl (lá, chamado de bar hop) com o pessoal do albergue, visitamos cerca de quatro bares super claustrofóbicos, todos situados em cavernas e galerias subterrâneas - um clima meio abrigo anti-bombas, coisa de cidade que já passou por muitas guerras. A pior coisa de Praga é que é permitido fumar em lugares fechados, o que não melhor nem um pouco a sensação de claustrofobia. Mas sobrevivemos e terminamos a noite dançando Abba e Michael Jackson na maior boate do país - quiça do leste europeu?

No dia seguinte, visitamos a torre Petrín, construída dois anos depois e uma espécie de 'réplica' da Torre Eiffel, que fica no alto de uma colina verdejante. A torre é bem menor, mas somando sua estatura com a altura da colina, chega-se à mesma altura da Torre Eiffel, garantem os tchecos. A diversão foi subir e descer a colina de funicular, mas sofremos para alcançar o topo da torre subindo pela escada em caracol. Elevador, só pagando mais caro, e àquela altura já não tínhamos tantas coroas tchecas pra gastar com conforto (só com comida). Encaramos a subida e fomos recompensados com uma vista panorâmica de toda a cidade.



É difícil explicar porque Praga é tão linda e única, e é por isso que custei a entender o fascínio que esta cidade exerce nas pessoas, principalmente na minha amiga, que já esteve em outras tantas cidades lindas e é tão apaixonada por Paris, também inegavelmente linda. Mas há algo em Praga que a faz destacar-se das demais.

Não é uma cidade de uma beleza arrebatadora, estonteante, que te faz perder o fôlego de uma vez só. É uma cidade onde o belo está na simplicidade. E quanto mais você a conhece, mais ela vai crescendo e se tornando de fato deslumbrante. E aí é um deslumbre que não acaba depois da terceira vez que você passa pelos mesmos lugares. É uma coisa que fica, e vai crescendo. A cada esquina você encontra mais alguma coisa para te fazer amar Praga, e não acaba. Como quando estávamos voltando para o albergue à noite, logo após o sol cair, passando pela Charles Bridge, e resolvemos olhar para trás.

Charles Bridge à noite


Um banho de beleza inesperada, beleza simples, que estava ali o tempo todo  - as torres da igreja e do castelo eram as mesmas que vimos o dia todo -, mas que com o azul noturno e a iluminação da cidade, se tornou uma paisagem de tirar o fôlego e esvaziar a mente de qualquer outra coisa. Eu só conseguia pensar: essa é a cidade mais bonita do mundo. Ponto.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Utrecht

Na quinta-feira acordamos mais cedo e pegamos um trem para Utrecht, uma cidade bem próxima de Amsterdam - apenas a 20 minutos de viagem. O dia não estava dos mais bonitos, mas o passeio valeu a pena. Passeamos por todo o centro da cidade (bem pequeno, na verdade), cheio de ruazinhas lindas, cafés, lojinhas, jardins...

Pandhorf Sinte Marie

Pandhof garden Sinte Marie

Dom Tower

Canal Oudergracht

Pandhof Dom Church
Almoçamos num charmoso café cuja dona e aparentemente única funcionária era uma holandesa linda, loira e extremamente alta, com a estranha tendência de permitir que seus fregueses levassem seus cães para almoçar. Eu não sou uma pessoa chegada a cachorro mas também não antipatizo com eles, mas foi extremamente desconfortável o fato de dois dos cachorros que estavam lá terem tentado subir pelas minhas pernas, um deles enquanto eu estava comendo. Mais uma esquisitice dos holandeses.

Depois de comer, passeamos mais pela cidade, entramos em várias lojinhas fofas, descobrimos a paixão nacional dos holandeses: o coelhinho Miffy, uma espécie de Hello Kitty, cujo criador tem um museu dedicado a ele em Utrecht.


Depois de andar tanto no frio, fomos nos aquecer no shopping center local e no fim da tarde pegamos o trem de volta para Amsterdam.

domingo, 7 de abril de 2013

Mais Amsterdam

Na terça-feira minha amiga foi para a faculdade porque ainda estava em aula (essa, pelo menos, era a última) e eu fui explorar a cidade sozinha.

Explorar não é bem a palavra. Fui mais é fazer um reconhecimento da área. A verdade é que no dia anterior tinha andado por vários lugares diferentes e não tinha muita certeza se sabia chegar neles de novo. Achei melhor começar por refazer o caminho que fiz com a Lu, para aprender de fato as ruas e praças por quais passamos, para depois me aventurar por lugares desconhecidos.

Consegui chegar na Spui, a praça das livrarias, e passei boa parte do tempo na American Book Center, uma livraria incrível, com três andares, muitos livros por toda parte e ainda uma Espresso Book Machine - uma máquina que imprime livros de qualquer pessoa na hora!

Depois de tanto tempo cercada de livros, fui para a academia encontrar minha amiga para depois irmos para casa. Naquela noite, saímos com um casal de amigos dela, uma brasileira que já mora aqui há seis anos e um holandês. Fomos numa cervejaria perto de casa, que tem um moinho (!), bebemos boa cerveja, conversamos e comemos bitterballen, bolinhas de croquete deliciosas. Aqui fui descobrir que adoro croquete.

Na quarta-feira, Lu me levou para o 9 street area, uma região bonitinha, cheia de cafés, lojinhas e calçadas apertadas que nos levam a disputar o espaço da rua com ciclistas e motoristas de carros. Encontramos uma loja da Lomography, outra paixão comum, e realizei meu sonho de comprar uma câmera lomo, uma Mini Diana linda de morrer.



Museu das Tulipas

Dali andamos até o Red Light Disctrict, comemos hambúrgueres deliciosos no Burger Bar, pegamos o metrô na estação central e voltamos para a casa da Lu. Ela pegou a lomo dela e fomos para o Ooster Park, perto de casa, fotografar enquanto ainda tinha luz. Uma dificuldade era manter os pássaros longe da gente, ô cidade com aves assassinas. A inspiração de Hitchcock poderia ter vindo daqui. Mas o parque é bem lindo (embora não tanto quando o Vondelpark).

Ooster Park



sábado, 6 de abril de 2013

Amsterdam: nova paixão

No domingo (31/03) à noite fiz minha primeira viagem para fora do Reino Unido desde que cheguei para ficar. Primeira viagem de férias. E não poderia começar melhor.

Fui recebida no aeroporto por minha querida amiga e xará (embora de grafia diferente) Luísa, que também é uma CsF, mas na Holanda. Pegamos um trem, depois o metrô, e depois chegamos ao seu charmoso apartamento de estudante em Amsterdam, que ela divide com uma brasileira, também CsF. Fiquei muito feliz de reencontrá-la e me senti muito acolhida em sua casa - ela tinha escrito "Bem vinda Lulubs" no quadro de giz do elevador do prédio dela, deixado minha cama arrumada e com uma toalha separada. Um amor.




Desfrutei ainda de um jantar de Páscoa delicioso (risotto de funghi, salmão no nirim e waffles com cobertura de chocolate de sobremesa). Tive a oportunidade também de conhecer alguns de seus novos amigos da faculdade, brasileiros e CsFs.

Trocamos caixas de chocolates finos de presente de Páscoa depois de uma noite longa e agradável de comilanças e conversas e fomos dormir.

Na segunda-feira acordamos bem tarde, por volta do meio-dia. Lulu me preparou um café-da-manhã (chocomel, a melhor bebida láctea que já inventaram, e outras comidas que agora esqueci). Saímos para as ruas ensolaradas de Amsterdam - de acordo com a Lu o sol andava raro por aqui - e fomos passear pela cidade.

Amei Amsterdam. É tudo tão lindo... as ruas, as casas, os canais, os barcos, as flores, as bicicletas, as pessoas (hihi)... Lu me levou a vários lugares diferentes, todos com nomes complicados em holandês. O lugar que mais gostei até então foi a Spui (se pronuncia 'spal', com nojo no 'al'), pracinha cheia de livrarias, nosso amor em comum. Por sorte uma delas, queé bem grande, só tem livros em inglês, o que facilita muito a vida mas também nos deixa bem pobres. Pelo menos existe desconto pra estudante, embora seja bem pequeno.

Ainda na Spui, Lu me levou para conhecer um jardim secreto muito lindinho, parte de um conjunto residencial onde vivem mulheres celibatárias. Coisas que só quem mora aqui conhece.

Passamos por ruazinhas estreitas apinhadas de lojas, tomamos Cornetto por 0,50 euros numa loja promocional que tinha até areia, brinquedos de praia e painéis com fotos de praia e fomos numa feirinha temporária com parque de diversões. Fomos num brinquedo que tem várias cadeirinhas penduradas e fica girando lá no alto. Só que era muito ato. E eu morri de medo. Muito medo. Acho que nunca senti tanto medo na vida. Mas a Luísa estava lá pra me proteger, então consegui sobreviver.

Amsterdam vista do alto (pela Lu, não por mim)

Foi um ótimo dia, na companhia de uma grande amiga. O início perfeito de várias aventuras.

Lu e Lu

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Londres é bela

#59: De volta a Surrey

Na sexta-feira apresentei minha universidade ao meu pai, aproveitando que era feriado. Levei-o para conhecer a biblioteca e demos uma volta pelo campus. Fizemos compras na Tesco para "abastecer" minha casa (papai me fez comprar uma tesoura de cozinha e um saca-rolhas) e voltamos para o Manor Park, para eu poder arrumar uma nova mala de viagem. Destino de domingo: Amsterdam.

#60: Londres com papai

Ainda na sexta-feira à noite pegamos o trem para Londres e passamos a noite no Royal National Hotel, próximo à Russel Square. Péssimo hotel, a propósito, embora pertencesse à mesma rede do hotel que eu e meu pai ficamos, e gostamos, há dois anos quando viemos à Londres pela primeira vez. Mas superamos.

No sábado de manhã, nossa primeira parada foi na London Eye, uma das maiores rodas-gigante do mundo. Eu nunca tinha andado em roda-gigante na vida, não por falta de oportunidade, mas porque, sei lá. Achava meio bobo, e era tão lá no alto. Mas foi bem interessante ver a cidade do alto, deu pra tirar boas fotos, apesar do tempo nublado.


Depois de 30 minutos de passeio, fomos no London Film Museum, que eu nem sabia que existia, mas era ali do lado, no mesmo prédio onde se compra ingressos pra roda-gigante, na altura da estação de Westminster, do outro lado do Tâmisa. O museu conta a história da indústria cinematográfica britânica e tem vários artefatos doados por gente da área, como figurinos e roteiros originais.

O que eu mais gostei foi de ter visto o vestido de baile rosa usado por Nicoletta Braschi, no filme A Vida É Bela, um dos meus filmes preferidos de todos os tempos, o que é muito estranho sendo uma história tão triste e eu tendo assistido quando era tão nova. Mas é uma história linda em qualquer idade. A cena que eu mais gostava era a do jantar no restaurante chique onde Guido (Roberto Benigni) trabalhava, onde Dora (Braschi) ficaria noiva de um cara rico e chato, mas Guido chega a cavalo (verde) e a resgata. Essa cena pra uma menina romântica que ama contos de fada era a prova concreta de príncipes encantados existiam de fato. Não é à toa que eu gostava do filme, afinal.



E o que eu gostava ainda mais nessa cena toda era o vestido rosa que ela usava, e que eu vi exposto no museu do filme em Londres:
O vestido original no London Film Museum
E ainda melhor foi descobrir que Nicoletta Braschi e Roberto Benigni são casados desde 1991. <3

Após o museu, fomos num aquário também ali do lado, beliscamos qualquer coisa e fomos para a Tower of London, que foi o castelo real na Idade Média até a era Tudor e onde estão guardadas as jóias da coroa. Não deu pra ver as jóias por causa da fila muito longa, mas foi bem interessante andar sobre os muros do antigo palácio.

Tower of London

Dali entramos no metrô novamente e fomos para a Harrods, a mais famosa loja de departamentos e a maior também. Rodamos por lá e em seguida voltamos para o hotel, largamos as mochilas e sacolas cheias de souvenirs e fomos jantar no Noodle Oodle, o restaurante chinês que serve sopas de macarrão que ficou em nossos corações da primeira vez que visitamos a cidade. Mas tive uma decepção: além de o restaurante ter mudado para um outro lugar (menor), o cardápio também parecia ter diminuído bastante, e pelo menos o prato que eu escolhi não estava tão gostoso quanto eu me lembrava. Mas deu pra matar a fome sem ser muito caro, esse era o ponto importante.

#61: Domingo no aeroporto

No domingo de manhã visitamos o British Museum e à tarde fomos para o aeroporto, onde papai e eu nos despedimos: ele voltou ao Brasil, eu parti para um novo e aguardado destino: Amsterdam

Resumo Southampton (24/03 - 28/03)

No domingo à tarde peguei um trem para Southampton para passar a semana com o meu pai, que ia fazer um treinamento especial para o trabalho dele. Ao sair da estação de trem entrei num ônibus 'free', dei uma volta pela cidade, descobri que o ônibus não passava no hotel onde eu ia ficar e desci num shopping, o West Quay. Dei uma voltinha, fui perguntando pelo caminho e consegui chegar no hotel. Me atirei na cama macia e esperei meu pai chegar.

Resquícios de Idade Média em Southampton

Nosso reencontro foi muito feliz. Eu estava com saudade e me sentindo sozinha nos últimos dias. Naquela noite jantamos num restaurante chinês muito gostoso e eu dormi bem esparramada e confortável no sofá-cama do quarto.

No dia seguinte papai foi para o curso dele cedo e às nove eu tinha um compromisso com o café da manhã do hotel. Croissant, pai au chocolat, chá, torrada com manteiga, iogurte, suco de laranja. Que jeito mais feliz de começar o dia. Depois de me fartar, saí para conhecer a cidade. A intenção era ir no Sea City Museum, mas estava excepcionalmente fechado para treinamento do staff. Aproveitei que tinha uma biblioteca pública atrás com uma galeria de arte, dei uma volta na biblioteca, mas a galeria também estava excepcionalmente fechada para treinamento de staff.

Em frente à biblioteca tinha um parque, lindo, todo florido, a primavera finalmente mostrando o seu rosto. Só que estava frio demais, ventando demais, chato mesmo. Mas resisti ao frio e andei pelo parque todo, tirando fotos e apreciando a natureza.

Parque bonito cujo nome eu esqueci

O resto da semana foi muito igual pra mim. Papai ia cedo para o curso dele, eu acordava, tomava café da manhã no hotel e saía para passear na cidade, principalmente no shopping (não tinha muito mais coisas pra fazer pelo centro). Fui a um museu chamado Tudor House, que ilustra como era a vida cotidiana na cidade desde a era Tudor (medieval) até mais ou menos o século XIX.

Tudor House

À noite eu cheguei a participar de alguns dos eventos sociais com os colegas de curso do meu pai. Jogamos um boliche rústico num pub com motivos náuticos e no outro dia jantamos num restaurante italiano muito gostoso. Conversei com gente de diferentes países, foi bem interessante.

No último dia, eu e meu pai finalmente fomos no Sea City Museum, também conhecido como museu do Titanic, pois foi de Southampton que o navio partiu e de onde vinha grande parte das vítimas. O museu presta uma verdadeira homenagem às vítimas e aos sobreviventes.

Parte de trás do Sea City Museum
Na noite de quinta-feira (28/03), pegamos o trem para Guildford e apresentei meu doce lar ao meu pai. Bebemos vinho e comemos queijos holandeses que ele tinha comprado no aeroporto de Amsterdam onde ele tinha feito escala no início da viagem.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Resumão (21/03 - 23-03)

Dias #51, #52 e #53

Passei todos esses dias terminando meu trabalho da aula de Hollywood (...) sobre o musical Top Hat para entregar eletronicamente antes do prazo previsto;

Recebi as notas de dois trabalhos, que foram muito elogiados (um deles o conto que escrevi para Contemporary Storytelling), mas receberam notas na faixa de 70/100. Na minha universidade a média é 40 e eu já tinha ouvido falar que qualquer nota a partir de 70 é muito, muito boa e que é quase impossível alcançar um 90, menos ainda um 100. Ok, o nível de exigência é bem grande. Mas custa tanto assim dar pelo menos um 80 pra um trabalho que o próprio professor diz estar excelente? O que pode ser melhor que excelente? Enfim, me frustrei um pouco, mas superei.

Na quinta-feira à noite foi aniversário da espanhola Teresa, na common room do alojamento dela no Stag Hill (campus principal). Quando deu 23h e tivemos que deixar a sala, a festa se estendeu até a cozinha dela e depois até a common room do Manor Park - mas aí foram só alguns poucos brasileiros, e quase viramos a noite jogando um jogo holandês com coelhinhos como peões e cartas com ilustrações muito surreais. Nem sei explicar como joga, mas foi divertido.

Na sexta à tarde eu recebi a J. e a Melanie, nossa colega de turma de Cingapura, para começar a pensar no nosso trabalho final da aula de Film Industry, onde temos que apresentar todas as etapas do processo de produção (produção, distribuição, exibição, marketing) de um filme fictício, cujo orçamento e gênero foi previamente definido pela professora. Nós vamos fazer (hipoteticamente) um filme de terror de baixo orçamento. 

Nos divertimos muito pensando em todos os recursos que podemos usar para que o filme fique o mais barato possível, e coroamos a reunião de grupo na tarde chuvosa com uma panela de brigadeiro.

E esqueci de dizer que na sexta-feira começou o Spring Break, as férias de quatro semanas que acontecem no meio do semestre. Férias de um mês no meio do semestre!! A gente tem férias depois de estudar só dois meses! E depois volta com mais dois meses pra terminar e entregar todos os trabalhos e aí férias de verão.
Não dá pra entender. Mas estou adorando a ideia.

Na sexta à noite saí com o G. e mais alguns brasileiros para um pub que tinha boate na cidade. Foi divertido, mas acho que eu não estava em muito clima de balada. De repente estava batendo uma saudade de gente do Brasil. O bom é que eu veria meu pai dali a dois dias.

No sábado enfrentei as condições climáticas adversas (neve forte no início da primavera) e fui até a cidade comprar minha passagem de trem para Southampton no dia seguinte, onde passaria a semana toda com o meu pai. Voltei pra casa, lavei roupa e fiz a mala pra viajar no dia seguinte.