Na quarta-feira dia 20/03, os estudantes da University of Surrey aproveitaram o maior evento da temporada: Varsity, a grande competição esportiva entre os times de Surrey e os da universidade de Kignston, grandes rivais. Todos os times (futebol, basquete, vôlei, natação, judô, e por aí vai) competem como num mesmo dia. Achei que era a oportunidade perfeita para eu finalmente conhecer o Sports Park, depois de quase dois meses morando praticamente ao lado dele. E seria um evento legal de fazer parte, aquele clima de união, todos torcendo por Surrey. A ideia era passar o dia lá assistindo a todos os jogos.
Eu não sei onde eu estava com a cabeça.
Fui com a J., minha companheira de cinema e sedentarismo. Ela queria gravar algumas imagens do Sports Park para um projeto individual e se inscrever na academia. Bem, eu também queria me inscrever na academia, mas as férias começavam na semana seguinte, não fazia sentido gastar dinheiro com isso agora.
Demos uma volta pelo centro esportivo, que estava cheio de gente torcendo por algum time na quadra, não dava pra ver que jogo era. O fato é que foi assustador. O ambiente esportivo me oprime. Minha vontade era sair correndo sem olhar pra trás. Mas resisti e dei uma volta para conhecer os arredores. Tem piscina, academia, parede de escalada, quadras de squash e de tênis, dentre outras coisas que não deu pra ver porque estavam ocupadas com gente esportiva barulhenta. Também tem um Starbucks e um bar no centro esportivo. Esperei a J. se inscrever na academia e implorei para irmos embora.
Sério. O que é que eu fui fazer naquele lugar? Eu odeio esportes! E odeio assistir esportes! Como eu pensei que fosse agüentar passar um dia inteiro participando de um evento esportivo? No colégio eu só passava por essas provações porque tinha um namorado que jogava futebol, então eu tinha que ir lá torcer; mas eu tinha um grupo de amigos, a gente ficava sentado na arquibancada conversando e fazendo qualquer coisa menos prestar atenção nos jogos. Eu pensei que seria assim. Mas não foi. A pessoas que eu conheço não estavam lá e estava frio demais pra sentar na arquibancada e assistir ao jogo de futebol. Depois de um máximo de vinte minutos, eu e J. jogamos a toalha e voltamos para o aconchego de nossas casas.
Naquela noite, em vez de sair para a balada de comemoração da vitória de Surrey, onde eu poderia sim me divertir com os amigos sem a obrigação de acompanhar placares, tive uma indisposição e achei melhor ficar em casa. A verdade é que eu estava mais afim de ficar em casa quentinha assistindo How I Met Your Mother online.
quarta-feira, 27 de março de 2013
#49 'His Girl Friday'
Na aula de Hollywood(...), para terminar o ciclo de comédias românticas/screwball, assistimos ao filme His Girl Friday, estrelando Cary Grant pela terceira semana consecutiva. É a história de Walter, um jornalista de NY que tenta reconquistar sua ex-esposa, também jornalista, antes que ela se case com um outro cara, tudo isso em poucas horas. Para impedir que ela viaje com o noivo para onde eles pretendem se casar, Walter persuade Hildy a fazer uma entrevista que poderia salvar a vida de um homem e alavancar sua carreira jornalística.
Como comédia romântica, achei o filme péssimo. Para meus colegas do Jornalismo, é uma visão interessante, embora indigesta. Na verdade, o filme de 1940 é uma adaptação da peça The Front Page, sobre a era sombria do jornalismo quando repórteres faziam de tudo para conseguir escrever suas histórias, a qualquer preço. A época onde existia salas de imprensa nas delegacias. E não era uma comédia romântica pois Hildy era uma personagem masculina. Ou seja, a adaptação foi uma tentativa forçada de atrair um público maior (feminino) para os cinemas. Não sei se chegou a funcionar.
O fato é que a história é bem deprimente. Há um homem inocente condenado à forca, e todos os jornalistas da cidade ficam sobrevoando a delegacia como urubus, querendo mais detalhes e furos de reportagem sobre o caso. Há uma personagem de pouca importância,relacionada ao suposto crime do acusado, que é mal retratada nas reportagens, e ela pede constantemente aos jornalistas que ouçam sua versão da história e a reescrevam. Mas eles não dão à mínima, sumariamente a ignoram. Mais para frente na história, quando ela tem uma informação que é de interesse dos jornalistas, eles a atacam como cães raivosos, de forma bem assustadora. Para escapar da pressão e não revelar o segredo, ela se atira da janela da delegacia e ninguém se importa se ela está morta ou não. Na verdade, quando pensam que há a possibilidade de ela estar viva, os jornalistas correm para ela como urubus em cima de uma carniça. É o lado negro do Jornalismo que eu gostaria de nunca ter que me deparar.
O interessante nessa aula é que tivemos que fazer uma apresentação surpresa para turma, em grupos, com nossas teorias sobre o tipo de gênero e tom do filme - se é cômico, romântico, ou dramático. Meu grupo defendeu o tom dramático, pessimista até do filme. E que me surpreendeu foi a facilidade com que eu apresentei minhas ideias para a turma, sem muita preparação anterior. Não fiquei nervosa, não gaguejei, não tropecei na língua. Foi um momento de revelação. Eu realmente sabia do que estava falando, e fiz isso bem, já que a professora elogiou nossas ideias. E mesmo que não tenhamos sido o grupo vencedor (era uma pequena competição, onde a turma votava em nos argumentos que tinham apreciado melhor), foi uma sensação muito boa.
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Outra coisa que me incomodou demais nesse filme, além do ritmo dos diálogos que é muito irritante, embora revolucionário - primeiro filme a usar diálogos realistas onde as pessoas atropelam as falas uns dos outros -, foi o título. O que significa 'his girl friday'?? Eu sei o que cada uma dessas palavras significam, mas não sei o sentido delas juntas. Sua garota sexta-feira? Não fazia sentido algum!
Mas, graças à Wikipédia, descobri que 'girl friday', ou 'man friday', é uma expressão para designar um servente muito fiel, ou uma secretária encarregada de muitas tarefas. A expressão surgiu da obra Robinson Crusoe, de Daniel Defoe, referente a um personagem, Friday, que era um fiel servente para o personagem principal. No filme, faz sentido, já que Hildy é o tipo de repórter que faz de tudo para seu editor e ex-marido.
Como é bom quando as coisas fazem sentido!
Como comédia romântica, achei o filme péssimo. Para meus colegas do Jornalismo, é uma visão interessante, embora indigesta. Na verdade, o filme de 1940 é uma adaptação da peça The Front Page, sobre a era sombria do jornalismo quando repórteres faziam de tudo para conseguir escrever suas histórias, a qualquer preço. A época onde existia salas de imprensa nas delegacias. E não era uma comédia romântica pois Hildy era uma personagem masculina. Ou seja, a adaptação foi uma tentativa forçada de atrair um público maior (feminino) para os cinemas. Não sei se chegou a funcionar.
O fato é que a história é bem deprimente. Há um homem inocente condenado à forca, e todos os jornalistas da cidade ficam sobrevoando a delegacia como urubus, querendo mais detalhes e furos de reportagem sobre o caso. Há uma personagem de pouca importância,relacionada ao suposto crime do acusado, que é mal retratada nas reportagens, e ela pede constantemente aos jornalistas que ouçam sua versão da história e a reescrevam. Mas eles não dão à mínima, sumariamente a ignoram. Mais para frente na história, quando ela tem uma informação que é de interesse dos jornalistas, eles a atacam como cães raivosos, de forma bem assustadora. Para escapar da pressão e não revelar o segredo, ela se atira da janela da delegacia e ninguém se importa se ela está morta ou não. Na verdade, quando pensam que há a possibilidade de ela estar viva, os jornalistas correm para ela como urubus em cima de uma carniça. É o lado negro do Jornalismo que eu gostaria de nunca ter que me deparar.
O interessante nessa aula é que tivemos que fazer uma apresentação surpresa para turma, em grupos, com nossas teorias sobre o tipo de gênero e tom do filme - se é cômico, romântico, ou dramático. Meu grupo defendeu o tom dramático, pessimista até do filme. E que me surpreendeu foi a facilidade com que eu apresentei minhas ideias para a turma, sem muita preparação anterior. Não fiquei nervosa, não gaguejei, não tropecei na língua. Foi um momento de revelação. Eu realmente sabia do que estava falando, e fiz isso bem, já que a professora elogiou nossas ideias. E mesmo que não tenhamos sido o grupo vencedor (era uma pequena competição, onde a turma votava em nos argumentos que tinham apreciado melhor), foi uma sensação muito boa.
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Outra coisa que me incomodou demais nesse filme, além do ritmo dos diálogos que é muito irritante, embora revolucionário - primeiro filme a usar diálogos realistas onde as pessoas atropelam as falas uns dos outros -, foi o título. O que significa 'his girl friday'?? Eu sei o que cada uma dessas palavras significam, mas não sei o sentido delas juntas. Sua garota sexta-feira? Não fazia sentido algum!
Mas, graças à Wikipédia, descobri que 'girl friday', ou 'man friday', é uma expressão para designar um servente muito fiel, ou uma secretária encarregada de muitas tarefas. A expressão surgiu da obra Robinson Crusoe, de Daniel Defoe, referente a um personagem, Friday, que era um fiel servente para o personagem principal. No filme, faz sentido, já que Hildy é o tipo de repórter que faz de tudo para seu editor e ex-marido.
Como é bom quando as coisas fazem sentido!
segunda-feira, 18 de março de 2013
#47 e #48: Film Studies
No domingo eu pretendia ir ao pub da universidade comemorar o St. Patrick's, mas como tinha um trabalho pra fazer sobre um musical do Fred Astaire, resolvi passar o dia com a cara nos livros. Nem um pouco chato. Fred Astaire é muito amor.
No domingo à noite, madrugada, na verdade, recebo uma mensagem da J. pedindo minha ajuda para sua aula de Television Studio Practice. O grupo dela precisava gravar um ensaio de um programa de entrevistas na segunda de manhã e precisava de stand-in, que nesse caso é uma pessoa pra ficar posicionada no set para servir de referência para os operadores de câmera, para checar a luz, o som, etc. Topei, mesmo sabendo que eu teria que acordar às sete da manhã em vez das onze, como de costume. Pra ajudar os amigos a gente até dorme menos.
Cheguei no estúdio de TV junto com a J. e fui bem acolhida pela turma, todos muito agradecidos por eu ter topado ajudar em cima da hora. Não tive que fazer muita coisa a princípio, só ficar sentada num dos bancos do cenário conversando com um outro aluno sobre o tema daquela entrevista (tínhamos um script para seguir). Ele fez as vezes de apresentador, o que foi muito fácil, já que as perguntas que ele precisava fazer estavam anotadas no papel. Já eu fiquei com a difícil tarefa de encarnar a entrevistada, uma artista que faz performances com marionetes, e precisei inventar todas as respostas para as perguntas dele, o que até foi divertido. Mas no final, como havia uma performance, eu tive que ir para o centro do set e me movimentar aleatoriamente. Colocaram uma música, mas não ajudou muito. Pelo menos ninguém riu. E não tinha ninguém das minhas outras aulas, também. Foi menos humilhante assim.
À tarde, em Film Industry, tivemos aula com um palestrante, já que nossa professora entrou de licença maternidade. O palestrante era produtor e nos falou sobre o processo de arrecadar fundos para financiar um filme no Reino Unido. Foi bem interessante, mas essa dinâmica financeira da indústria cinematográfica ainda faz nós na minha cabeça. Ou qualquer coisa que tenha a ver com finanças, na verdade.
Depois dessa aula, fui para o Language Center, no prédio da biblioteca. Tinha sido convidada, junto com outros CsFs*, por uma professora de português (brasileira) para fazer uma apresentação sobre minha cidade e minha universidade na turma dela. Fiz um PowerPoint bem simples com algumas fotos de Niterói e contei um pouco da história da cidade, a presença das obras de Niemeyer, as paisagens, e fali da UFF. Tudo em português. Só depois fui me dar conta de que aquela era uma turma de iniciantes, e agora receio que eles não tenham entendido muito bem tudo o que eu disse. Mas a professora depois disse que os alunos gostaram muito e que entenderam tudo. Espero que sim. Foi engraçado falar em português dentro da universidade com pessoas que não são native-speakers. Mas gostei da experiência. E ainda ganhei bolo!
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*CsFs: bolsistas do Ciência sem Fronteiras
No domingo à noite, madrugada, na verdade, recebo uma mensagem da J. pedindo minha ajuda para sua aula de Television Studio Practice. O grupo dela precisava gravar um ensaio de um programa de entrevistas na segunda de manhã e precisava de stand-in, que nesse caso é uma pessoa pra ficar posicionada no set para servir de referência para os operadores de câmera, para checar a luz, o som, etc. Topei, mesmo sabendo que eu teria que acordar às sete da manhã em vez das onze, como de costume. Pra ajudar os amigos a gente até dorme menos.
Cheguei no estúdio de TV junto com a J. e fui bem acolhida pela turma, todos muito agradecidos por eu ter topado ajudar em cima da hora. Não tive que fazer muita coisa a princípio, só ficar sentada num dos bancos do cenário conversando com um outro aluno sobre o tema daquela entrevista (tínhamos um script para seguir). Ele fez as vezes de apresentador, o que foi muito fácil, já que as perguntas que ele precisava fazer estavam anotadas no papel. Já eu fiquei com a difícil tarefa de encarnar a entrevistada, uma artista que faz performances com marionetes, e precisei inventar todas as respostas para as perguntas dele, o que até foi divertido. Mas no final, como havia uma performance, eu tive que ir para o centro do set e me movimentar aleatoriamente. Colocaram uma música, mas não ajudou muito. Pelo menos ninguém riu. E não tinha ninguém das minhas outras aulas, também. Foi menos humilhante assim.
À tarde, em Film Industry, tivemos aula com um palestrante, já que nossa professora entrou de licença maternidade. O palestrante era produtor e nos falou sobre o processo de arrecadar fundos para financiar um filme no Reino Unido. Foi bem interessante, mas essa dinâmica financeira da indústria cinematográfica ainda faz nós na minha cabeça. Ou qualquer coisa que tenha a ver com finanças, na verdade.
Depois dessa aula, fui para o Language Center, no prédio da biblioteca. Tinha sido convidada, junto com outros CsFs*, por uma professora de português (brasileira) para fazer uma apresentação sobre minha cidade e minha universidade na turma dela. Fiz um PowerPoint bem simples com algumas fotos de Niterói e contei um pouco da história da cidade, a presença das obras de Niemeyer, as paisagens, e fali da UFF. Tudo em português. Só depois fui me dar conta de que aquela era uma turma de iniciantes, e agora receio que eles não tenham entendido muito bem tudo o que eu disse. Mas a professora depois disse que os alunos gostaram muito e que entenderam tudo. Espero que sim. Foi engraçado falar em português dentro da universidade com pessoas que não são native-speakers. Mas gostei da experiência. E ainda ganhei bolo!
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*CsFs: bolsistas do Ciência sem Fronteiras
#46: Sábado perfeito em Londres
Hoje foi um dia tão bom, mas tão bom, que a felicidade quase me impede de descrevê-lo. Mas vou tentar.
Depois de dois dias de fracasso total, resolvi comemorar o St. Patrick's Day de uma forma mais fácil e agradável: na companhia de amigos bem mais próximos e de gostos similares aos meus. Na madrugada ainda combinei tudo com o D. e a J. e no sábado por volta das 13h, pegamos o trem para Londres, para passear o dia todo nos meus lugares preferidos - que por acaso também são lugares que agradam muito aos meus amigos - e encontrar os outros brasileiros à noite em algum pub do Soho.
Primeira parada: Notting Hill. Ai. Ai. Suspiro só de pensar. O cenário de um dos meus filmes preferidos, somente. E não fosse isso, só o Portobello Market já seria suficiente. Uma feira de rua que aos sábados se estende por quase um quilômetro, acolhendo o maior mercado de antiguidades do mundo. Além disso, também é possível encontrar bolsas, roupas (os vestidos mais lindos com os preços mais lindos: entre 10 e 15 libras!), sapatos e há uma seção da rua só de frutas, vegetais e outras comidas (hoje tinha uma barraquinha com tachos enormes de paella e outra com cupcakes).
Não bastasse a feira, toda a atmosfera do bairro (Notting Hill na verdade é um distrito do borough de South Kensington e Chelsea, então seria mais como um sub-bairro) é pura alegria. Casinhas coloridas, lindos jardins, gente pra todo lado, coisas lindas para ver... Seria um sonho morar ali para sempre.
Depois de passear bastante pela feira, procuramos a livraria que foi usada no filme Um Lugar Chamado Notting Hill onde Will Thacker, meu querido Hugh Grant, passava dias insossos atrás do balcão até conhecer e se apaixonar por Anna Scott, a deslumbrante Julia Roberts. A livraria no filme e até há pouco tempo atrás na vida real, quando eu fui lá pela primeira vez, se chamava The Travel Bookshop (ou The Travel Book Co.). Hoje em dia ela tem outro dono e outro nome, The Notting Hill Bookshop, e mantém a mesma fachada, a mesma essência do filme, tem até uma plaquinha na parede dizendo que aquela é a livraria usada no filme.
Da primeira vez que eu fui lá com meu pai em 2011, comprei um livro super lindo-romântico-fofo de uma autora inglesa, chamado From Notting Hill, with love... actually, cuja personagem principal é fanática por filmes românticos e cuja trama simplesmente mistura todos os acontecimentos mais lindos dos melhores filmes românticos de todos os tempos (sou muito enfática nisso) e que são os meus preferidos (O Diário de Bridget Jones, Um Lugar Chamado Notting Hill, Simplesmente Amor e até ... E O Vento Levou, dentre outros).
Dessa segunda vez, encontrei outro livro da mesma autora, na mesma linha de pegar inspirações em filmes: Breakfast at Darcy's. Apesar de eu ter me prometido ler só literatura clássica e grandes autores esse ano, não resisti a colocar um romance de mulherzinha na lista. Para os momentos de descontração, sabe.
Na livraria escutei duas turistas (por sinal, brasileiras) perguntando onde era a casa que foi usada como fachada para a casa de Will Thacker, e como não tinha encontrado da primeira vez que fui lá, corri para encontrá-la, sem objeção dos meus amigos, afinal, o D. adora o filme tanto quanto eu e a J. estava adorando nossa aventura, suponho (espero). Encontramos a porta azul e registramos o momento.
Depois de perambular, já era quase 16h, eu e J. começamos a sentir fome, porque só tivemos tempo de tomar café da manhã. O D. tinha sanduíches para ele, então nós tivemos que escolher um lugar para comer. Estava frio, ventando e começava a chover (de novo!), logo, resolvemos entrar no primeiro lugar que vimos, o Mike's Café. O cardápio era atraente, a comida deliciosa e o ambiente quentinho e agradável. Ganhamos forças para continuar a jornada.
Pegamos um clássico ônibus vermelho de dois andares, andamos algumas quadras e descemos no Kensington Gardens, que eu já conhecia, mas meus amigos não. Apesar do dia cinza, o passeio agradou a todos. Atravessamos o parque até o ponto que ele se encontra com o Hyde Park e como já eram seis e pouca da noite, entramos no metrô e fomos para o Soho encontrar os outros amigos no pub.
Tenho que dizer o quanto eu amo o metrô. Não qualquer metrô, e definitivamente não o metrô do Rio. De todas as cidades em que estive e usei o metrô - Nova York, Paris, Montréal, São Paulo, Rio - o de Londres é o meu preferido. Como eu adoro ler aquelas linhas coloridas, subir e descer as escadas ladeadas de cartazes de musicais, shows e peças, entrar e sair dos trens lotados. Definitivamente não é a mesma coisa que andar de ônibus. Metrô é incrivelmente melhor (o do Rio eu tenho muitas dúvidas, mas transporte no Rio já é uma coisa decadente).
Descemos em Picaddily Circus, abarrotada de gente indo aos teatros. Andamos um bocado até encontrar o pub The Montagu Pyke onde os amigos brasileiros estavam, mas foi bom ver as luzes dos teatros à noite e descobrir onde fica Chinatown.
O pub estava cheio e de início não tinha lugar para sentarmos, mas logo algumas mesas foram vagando e conseguimos nos acomodar. O clima não era de St. Patrick's, mas era festivo mesmo assim. Foi muito divertido e eu e J. conversamos bastante, descobrindo novas afinidades, como a paixão em comum por jogar The Sims.
O retorno para Guildford foi agitado, tivemos que correr com mais dois amigos até o metrô, correr para pegar o trem rápido de Waterloo até nossa cidade a tempo de pegar o último ônibus para o Manor Park. Eu e J. quase morremos na corrida, duas sedentárias que somos, achei que não fôssemos conseguir. Mas com o trem já apitando, entramos esbaforidas e junto com os outros (muito mais ágeis), procuramos um lugar para sentar e conseguimos nos acomodar.
Chegando em Guildford a correria começou de novo, mas nossos amigos atletas conseguiram correr e segurar o ônibus para que eu e J. conseguíssemos alcança-lo. Seria muito desagradável voltar para o Manor Park a pé às 00h40.
Mas conseguimos. E fui dormir feliz com a certeza de ter aproveitado o dia fazendo tudo o que eu gosto (fora a parte de correr) em ótimas companhias.
Depois de dois dias de fracasso total, resolvi comemorar o St. Patrick's Day de uma forma mais fácil e agradável: na companhia de amigos bem mais próximos e de gostos similares aos meus. Na madrugada ainda combinei tudo com o D. e a J. e no sábado por volta das 13h, pegamos o trem para Londres, para passear o dia todo nos meus lugares preferidos - que por acaso também são lugares que agradam muito aos meus amigos - e encontrar os outros brasileiros à noite em algum pub do Soho.
Primeira parada: Notting Hill. Ai. Ai. Suspiro só de pensar. O cenário de um dos meus filmes preferidos, somente. E não fosse isso, só o Portobello Market já seria suficiente. Uma feira de rua que aos sábados se estende por quase um quilômetro, acolhendo o maior mercado de antiguidades do mundo. Além disso, também é possível encontrar bolsas, roupas (os vestidos mais lindos com os preços mais lindos: entre 10 e 15 libras!), sapatos e há uma seção da rua só de frutas, vegetais e outras comidas (hoje tinha uma barraquinha com tachos enormes de paella e outra com cupcakes).
Portobello Road Market |
Essa podia muito bem ser a minha casa... |
Depois de passear bastante pela feira, procuramos a livraria que foi usada no filme Um Lugar Chamado Notting Hill onde Will Thacker, meu querido Hugh Grant, passava dias insossos atrás do balcão até conhecer e se apaixonar por Anna Scott, a deslumbrante Julia Roberts. A livraria no filme e até há pouco tempo atrás na vida real, quando eu fui lá pela primeira vez, se chamava The Travel Bookshop (ou The Travel Book Co.). Hoje em dia ela tem outro dono e outro nome, The Notting Hill Bookshop, e mantém a mesma fachada, a mesma essência do filme, tem até uma plaquinha na parede dizendo que aquela é a livraria usada no filme.
A fachada original em 2011 |
Novos donos, novo layout |
Dessa segunda vez, encontrei outro livro da mesma autora, na mesma linha de pegar inspirações em filmes: Breakfast at Darcy's. Apesar de eu ter me prometido ler só literatura clássica e grandes autores esse ano, não resisti a colocar um romance de mulherzinha na lista. Para os momentos de descontração, sabe.
Na livraria escutei duas turistas (por sinal, brasileiras) perguntando onde era a casa que foi usada como fachada para a casa de Will Thacker, e como não tinha encontrado da primeira vez que fui lá, corri para encontrá-la, sem objeção dos meus amigos, afinal, o D. adora o filme tanto quanto eu e a J. estava adorando nossa aventura, suponho (espero). Encontramos a porta azul e registramos o momento.
Depois de perambular, já era quase 16h, eu e J. começamos a sentir fome, porque só tivemos tempo de tomar café da manhã. O D. tinha sanduíches para ele, então nós tivemos que escolher um lugar para comer. Estava frio, ventando e começava a chover (de novo!), logo, resolvemos entrar no primeiro lugar que vimos, o Mike's Café. O cardápio era atraente, a comida deliciosa e o ambiente quentinho e agradável. Ganhamos forças para continuar a jornada.
Pegamos um clássico ônibus vermelho de dois andares, andamos algumas quadras e descemos no Kensington Gardens, que eu já conhecia, mas meus amigos não. Apesar do dia cinza, o passeio agradou a todos. Atravessamos o parque até o ponto que ele se encontra com o Hyde Park e como já eram seis e pouca da noite, entramos no metrô e fomos para o Soho encontrar os outros amigos no pub.
Tenho que dizer o quanto eu amo o metrô. Não qualquer metrô, e definitivamente não o metrô do Rio. De todas as cidades em que estive e usei o metrô - Nova York, Paris, Montréal, São Paulo, Rio - o de Londres é o meu preferido. Como eu adoro ler aquelas linhas coloridas, subir e descer as escadas ladeadas de cartazes de musicais, shows e peças, entrar e sair dos trens lotados. Definitivamente não é a mesma coisa que andar de ônibus. Metrô é incrivelmente melhor (o do Rio eu tenho muitas dúvidas, mas transporte no Rio já é uma coisa decadente).
Descemos em Picaddily Circus, abarrotada de gente indo aos teatros. Andamos um bocado até encontrar o pub The Montagu Pyke onde os amigos brasileiros estavam, mas foi bom ver as luzes dos teatros à noite e descobrir onde fica Chinatown.
O pub estava cheio e de início não tinha lugar para sentarmos, mas logo algumas mesas foram vagando e conseguimos nos acomodar. O clima não era de St. Patrick's, mas era festivo mesmo assim. Foi muito divertido e eu e J. conversamos bastante, descobrindo novas afinidades, como a paixão em comum por jogar The Sims.
O retorno para Guildford foi agitado, tivemos que correr com mais dois amigos até o metrô, correr para pegar o trem rápido de Waterloo até nossa cidade a tempo de pegar o último ônibus para o Manor Park. Eu e J. quase morremos na corrida, duas sedentárias que somos, achei que não fôssemos conseguir. Mas com o trem já apitando, entramos esbaforidas e junto com os outros (muito mais ágeis), procuramos um lugar para sentar e conseguimos nos acomodar.
Chegando em Guildford a correria começou de novo, mas nossos amigos atletas conseguiram correr e segurar o ônibus para que eu e J. conseguíssemos alcança-lo. Seria muito desagradável voltar para o Manor Park a pé às 00h40.
Mas conseguimos. E fui dormir feliz com a certeza de ter aproveitado o dia fazendo tudo o que eu gosto (fora a parte de correr) em ótimas companhias.
#44 e #45: Bad days - melhor nem entrar em detallhes
A quinta-feira até tinha começado bem, com uma aula interessante pela manhã, um almoço delicioso na companhia do querido amigo G., e a viagem para Dublin programada para a noite.
Mas tudo desandou. Me atrasei, perdi o trem para Londres em que o meu grupo de viagem tinha entrado, as pessoas brigaram comigo por causa do atraso (com razão), peguei o próximo trem, em Londres corri, subi e desci escadas no metrô, a composição em que eu estava atrasou, cheguei na estação Victoria faltando dez minutos para o ônibus partir para a Irlanda e não consegui achar meu caminho para o terminal. Perdi o ônibus, perdi a viagem, perdi dinheiro. Desespero, decepção total comigo mesma.
De madrugada passei muito mal (culpa dos cogumelos selvagens do meu almoço, suponho) e na sexta não tive forças nem dignidade pra fazer qualquer coisa, só dormi e mal comi.
Dias perdidos.
Mas tudo desandou. Me atrasei, perdi o trem para Londres em que o meu grupo de viagem tinha entrado, as pessoas brigaram comigo por causa do atraso (com razão), peguei o próximo trem, em Londres corri, subi e desci escadas no metrô, a composição em que eu estava atrasou, cheguei na estação Victoria faltando dez minutos para o ônibus partir para a Irlanda e não consegui achar meu caminho para o terminal. Perdi o ônibus, perdi a viagem, perdi dinheiro. Desespero, decepção total comigo mesma.
De madrugada passei muito mal (culpa dos cogumelos selvagens do meu almoço, suponho) e na sexta não tive forças nem dignidade pra fazer qualquer coisa, só dormi e mal comi.
Dias perdidos.
#43: Quarta-feira agitada
Uma raridade na semana, uma quarta-feira em que eu realmente fiz bastante coisa.
Às duas da tarde fui para a aula de pole dance ganhar mais hematomas e dessa vez um corte na lateral da canela da perna esquerda, causado por um prego do poste que estava quietinho no seu canto até eu vir escorregando com a minha perna no ângulo errado e me acidentar. Mas nada assim tão grave. Sobrevivi para contar.
Depois da aula, fui na Primark com a brasileira que me apresentou o pole dance para comprar coisas verdes para o St. Patrick's Day, o qual passaríamos em Dublin, na Irlanda. Rodamos a loja toda e ela acabou comprando uma bolsa de viagem e eu um vestido lindo-de-morrer e galochas para usar na chuva torrencial que a previsão do tempo dizia que ia inundar nosso destino do fim de semana.
Depois da Primark passamos em outras lojas de acessórios, como a Accessorize e a Claire's, procurando adornos temáticos, mas não encontramos nada. O lado bom é que descobri onde fica a livraria Waterstone, onde gastarei meu dinheiro muitas vezes este ano.
Acabamos não comprando nada verde. E passamos a tarde inteira na cidade.
Mas foi bem divertido!
Às duas da tarde fui para a aula de pole dance ganhar mais hematomas e dessa vez um corte na lateral da canela da perna esquerda, causado por um prego do poste que estava quietinho no seu canto até eu vir escorregando com a minha perna no ângulo errado e me acidentar. Mas nada assim tão grave. Sobrevivi para contar.
Depois da aula, fui na Primark com a brasileira que me apresentou o pole dance para comprar coisas verdes para o St. Patrick's Day, o qual passaríamos em Dublin, na Irlanda. Rodamos a loja toda e ela acabou comprando uma bolsa de viagem e eu um vestido lindo-de-morrer e galochas para usar na chuva torrencial que a previsão do tempo dizia que ia inundar nosso destino do fim de semana.
Depois da Primark passamos em outras lojas de acessórios, como a Accessorize e a Claire's, procurando adornos temáticos, mas não encontramos nada. O lado bom é que descobri onde fica a livraria Waterstone, onde gastarei meu dinheiro muitas vezes este ano.
Acabamos não comprando nada verde. E passamos a tarde inteira na cidade.
Mas foi bem divertido!
sexta-feira, 15 de março de 2013
#41 e #42: Frio, filmes e chá
A primavera parecia ter chegado nas últimas semanas. Dias ensolarados, com temperaturas positivas. Mas de repente ficou frio de novo e até nevou.
Na segunda-feira as aulas foram normais. Cheguei atrasada pro debate da aula de Film Industry porque estava terminando de refinar meus argumentos escritos para entregar à professora, fui designada para o grupo contra Hollywood ter o controle de copyright dos filmes, mas nem cheguei a debater de fato.
Na terça-feira começamos a estudar comédias românticas na aula de Hollywood and Film Genres. Assistimos Bringing up Baby (em português, "Levada da Breca"), com Cary Grant (mais uma vez. E lindo) e Katharine Hepburn. O filme é sobre David, um paleontólogo que tem uma série de encontros acidentais desastrosos com a doidinha Susan enquanto tenta assegurar uma doação de 1 milhão de dólares para seu museu. Susan se apaixona por David e faz de tudo para que ele fique com ela, inclusive arranjar uma onça ("a leopard from Brazil"), Baby, e pedir que ele a ajude nos cuidados com o novo bicho de estimação.
Antes de ver o filme, li a biografia da Katharine Hepburn e fiquei impressionada com a mulher forte, decidida e poderosa que ela foi. Quem quiser saber mais, aqui tem uma biografia bem básica:
http://www.imdb.com/name/nm0000031/?ref_=tt_ov_st
Então eu esperava ver uma mulher de fibra no filme, uma personagem apaixonante. Mas a Susan é oposto de tudo isso. É uma mulher irritante e sem noção de si própria que você iria querer bem longe de você. Muito longe mesmo. Inclusive, depois desse filme, Katharine Hepburn foi colocada na geladeira de Hollywood por ser considerada mau negócio para as bilheterias. O filme não foi um sucesso. Mas ela conseguiu superar e se tornou uma lenda: a atriz que mais ganhou o Oscar de melhor atriz (4 - Meryl Streep só tem 3), com 12 indicações na categoria (nessa a Meryl ganha dela).
É uma atriz para se admirar, mas Bringing up Baby não é um filme que eu recomendaria.
Depois da aula, à tarde, fui à biblioteca pegar livros sobre Fred Astaire e musicais americanos para me ajudar na análise que preciso fazer para essa aula, sobre um dos números de Top Hat. Depois, passei na casa da A., brasileira que não mora no Manor Park mas em Stag Hill, pertinho de tudo, e que tinha convidado para um chá da tarde - com pão de queijo e bolo de fubá. Comi até cansar. Ô delícia.
Na segunda-feira as aulas foram normais. Cheguei atrasada pro debate da aula de Film Industry porque estava terminando de refinar meus argumentos escritos para entregar à professora, fui designada para o grupo contra Hollywood ter o controle de copyright dos filmes, mas nem cheguei a debater de fato.
Na terça-feira começamos a estudar comédias românticas na aula de Hollywood and Film Genres. Assistimos Bringing up Baby (em português, "Levada da Breca"), com Cary Grant (mais uma vez. E lindo) e Katharine Hepburn. O filme é sobre David, um paleontólogo que tem uma série de encontros acidentais desastrosos com a doidinha Susan enquanto tenta assegurar uma doação de 1 milhão de dólares para seu museu. Susan se apaixona por David e faz de tudo para que ele fique com ela, inclusive arranjar uma onça ("a leopard from Brazil"), Baby, e pedir que ele a ajude nos cuidados com o novo bicho de estimação.
Antes de ver o filme, li a biografia da Katharine Hepburn e fiquei impressionada com a mulher forte, decidida e poderosa que ela foi. Quem quiser saber mais, aqui tem uma biografia bem básica:
http://www.imdb.com/name/nm0000031/?ref_=tt_ov_st
Então eu esperava ver uma mulher de fibra no filme, uma personagem apaixonante. Mas a Susan é oposto de tudo isso. É uma mulher irritante e sem noção de si própria que você iria querer bem longe de você. Muito longe mesmo. Inclusive, depois desse filme, Katharine Hepburn foi colocada na geladeira de Hollywood por ser considerada mau negócio para as bilheterias. O filme não foi um sucesso. Mas ela conseguiu superar e se tornou uma lenda: a atriz que mais ganhou o Oscar de melhor atriz (4 - Meryl Streep só tem 3), com 12 indicações na categoria (nessa a Meryl ganha dela).
É uma atriz para se admirar, mas Bringing up Baby não é um filme que eu recomendaria.
Depois da aula, à tarde, fui à biblioteca pegar livros sobre Fred Astaire e musicais americanos para me ajudar na análise que preciso fazer para essa aula, sobre um dos números de Top Hat. Depois, passei na casa da A., brasileira que não mora no Manor Park mas em Stag Hill, pertinho de tudo, e que tinha convidado para um chá da tarde - com pão de queijo e bolo de fubá. Comi até cansar. Ô delícia.
Resumão da semana: 04/03 à 10/03
Dia #34: Segunda-feira, 04/03/2013
Na madrugada de domingo tive uma inspiração para escrever o conto que precisava apresentar na aula de Contemporary Storytelling na quinta-feira. Levantei às 3 da manhã e só fui deitar às 05:30, com o conto terminado. Claro que não consegui acordar para a aula de 11h, mas como era a parte teórica da aula para a qual eu tinha feito o conto, achei que tudo bem, eu estava perdoada. À tarde fui para a aula de Film Industry e depois da aula, fui com a J. fazer compras de mês na Tesco.
Dia #35: Terça-feira, 05/03/2013
Filme da aula de Hollywood and Film Genres: The Awful Truth, com Irenne Dunne e Cary Grant. Começamos a trabalhar as Screwball Comedies, comédias com personagens engraçados e caricatos (como o Jerry de Cary Grant) e que em geral giram em torno de um casal divorciado retornando ao casamento. Filme da década de 1930, quando os EUA vivenciaram um grande número de divórcios. E aí vem Hollywood pra mandar todo mundo ficar casado que é melhor.
Dia #36: Quarta-feira, 06/03/2013
Quartas-feiras são dias inúteis, mas essa até que foi bem agitada. Às 16h fui para minha primeira aula de pole dance. Sim. Aquela dança típica de boate em que mulheres de lingerie ficam girando ao redor de um poste. Mas, é uma fora genuína de exercício físico que não está mais restrita só a ambientes com luz negra. Hoje em dia há competições e apresentações de pole dance em nível profissional, com status de dança como qualquer outra. E é difícil pra caramba. Fiquei cheia de hematomas em lugares que eu jamais pensei que iria conseguir deixar roxo (tipo o peito do pé). Há que se admirar.
À noite fui ajudar a StagTV no ensaio técnico da International Gala, a festa principal da semana internacional (que estava rolando desde segunda) e onde estudantes das várias sociedades internacionais apresentariam números de dança típicos de seus países. A Stag TV ia fazer a cobertura do evento ao vivo pela internet, então todos os câmeras tinham que se familiarizar com seus equipamentos e com as instruções do pessoal do estúdio. Eu não estava escalada para fazer nada, mas como a menina que ia operar uma das câmeras faltou, eu fiquei no lugar dela, e foi uma experiência totalmente nova para mim. Operar uma câmera de TV num tripé, e movimentá-la de acordo com as instruções que recebia pelo fone de ouvido e ainda ter que tomar cuidado para não filmar sem querer as outras quatro câmeras que estavam trabalhando. Trabalho difícil, mas pro ensaio dei conta. Naquela noite, comemos pizza do Pizza Man, cortesia para os voluntários da IGala.
Dia #37: Quinta-feira, 07/03/2013
Na aula de Contemporary Storytelling, apresentei meu conto para a turma, muito nervosa e gaguejando, mas acho que consegui passar a mensagem, porque a professora gostou muito e elogiou bastante. Me senti bem orgulhosa.
Depois da aula fui encontrar o pessoal da StagTV para mais um ensaio, mas dessa vez não tinha ninguém para eu substituir. Não tinha nada importante para eu fazer. Fiquei nos bastidores com uma das meninas que estava organizando a entrada dos grupos de dança no palco e fiz algumas imagens de bastidores. Fui dispensada de aparecer no dia da grande festa, mas não de uma maneira ruim; o pessoal estava triste por não ter conseguido arranjar nada pra eu fazer. Mas tudo bem, eu disse. Da próxima eu ajudaria.
Dia #38: Sexta-feira, 08/3/2013
À noite todos os alunos de intercâmbio foram a uma festa na casa da flatmate de uma das espanholas. A festa era igual a qualquer festa de filme americano, casa cheia, porta aberta, e o povo vai entrando. O tempo estava meio chuvoso, foi colocada uma tenda no quintal da casa e instalaram alguns aquecedores, então estava bem quentinho mesmo do lado de fora (tinha tanta gente que era difícil ficar na sala ou na cozinha), deu até pra ficar de regata e sem casaco. A festa foi legal, deu pra conversar com mais estrangeiros desconhecidos, fazer amizades. Bem divertido.
Dia #39: Sábado, 09/03/2013
No sábado, estavam todos cansados da festa, não deu pra fazer muita coisa. Fui lavar roupa à tarde e para meu desespero, constatei que não tinha créditos suficientes no meu cartão da lavanderia e antes que eu pudesse entrar em desespero, meu vizinho de máquina de lavar passou o cartão dele na minha máquina e a ligou. Fiquei sem reação. Ele disse: "Parece que você está tendo um dia ruim. Tenha um bom dia agora". Foi a coisa mais fofa que já me fizeram por aqui até agora. Agradeci e ele foi embora, nem tive tempo de perguntar o nome do meu salvador.
À noite fiz um frango assado pré-temperado da Tesco para um jantar especial que eu e o G. fizemos para nossa buddy Bethany. Convidamos os outros buddys dela também, outro brasileiro e um holandês. O G. fez um macarrão gratinado no forno com cogumelos, uma delícia, e o meu frango também ficou bem gostoso (claro, tudo o que eu tinha que fazer era assá-lo, não tinha muito erro nisso). A Bethany levou sobremesas: coelhinhos e pintinhos (?) de páscoa além de picolés Magnum (nham!!). Os meninos levaram refrigerante e cerveja. Foi um jantar bem gostoso, divertido e em boas companhias.
Dia #40: Domingo, 10/03/2013
No domingo fiquei em casa só colocando em dia os deveres das aulas de segunda e terça. Haveria um debate na aula e Film Industry sobre Hollywood e o controle de copyright e eu precisava preparar meus argumentos contra e a favor.
Na madrugada de domingo tive uma inspiração para escrever o conto que precisava apresentar na aula de Contemporary Storytelling na quinta-feira. Levantei às 3 da manhã e só fui deitar às 05:30, com o conto terminado. Claro que não consegui acordar para a aula de 11h, mas como era a parte teórica da aula para a qual eu tinha feito o conto, achei que tudo bem, eu estava perdoada. À tarde fui para a aula de Film Industry e depois da aula, fui com a J. fazer compras de mês na Tesco.
Dia #35: Terça-feira, 05/03/2013
Filme da aula de Hollywood and Film Genres: The Awful Truth, com Irenne Dunne e Cary Grant. Começamos a trabalhar as Screwball Comedies, comédias com personagens engraçados e caricatos (como o Jerry de Cary Grant) e que em geral giram em torno de um casal divorciado retornando ao casamento. Filme da década de 1930, quando os EUA vivenciaram um grande número de divórcios. E aí vem Hollywood pra mandar todo mundo ficar casado que é melhor.
Dia #36: Quarta-feira, 06/03/2013
Quartas-feiras são dias inúteis, mas essa até que foi bem agitada. Às 16h fui para minha primeira aula de pole dance. Sim. Aquela dança típica de boate em que mulheres de lingerie ficam girando ao redor de um poste. Mas, é uma fora genuína de exercício físico que não está mais restrita só a ambientes com luz negra. Hoje em dia há competições e apresentações de pole dance em nível profissional, com status de dança como qualquer outra. E é difícil pra caramba. Fiquei cheia de hematomas em lugares que eu jamais pensei que iria conseguir deixar roxo (tipo o peito do pé). Há que se admirar.
À noite fui ajudar a StagTV no ensaio técnico da International Gala, a festa principal da semana internacional (que estava rolando desde segunda) e onde estudantes das várias sociedades internacionais apresentariam números de dança típicos de seus países. A Stag TV ia fazer a cobertura do evento ao vivo pela internet, então todos os câmeras tinham que se familiarizar com seus equipamentos e com as instruções do pessoal do estúdio. Eu não estava escalada para fazer nada, mas como a menina que ia operar uma das câmeras faltou, eu fiquei no lugar dela, e foi uma experiência totalmente nova para mim. Operar uma câmera de TV num tripé, e movimentá-la de acordo com as instruções que recebia pelo fone de ouvido e ainda ter que tomar cuidado para não filmar sem querer as outras quatro câmeras que estavam trabalhando. Trabalho difícil, mas pro ensaio dei conta. Naquela noite, comemos pizza do Pizza Man, cortesia para os voluntários da IGala.
Dia #37: Quinta-feira, 07/03/2013
Na aula de Contemporary Storytelling, apresentei meu conto para a turma, muito nervosa e gaguejando, mas acho que consegui passar a mensagem, porque a professora gostou muito e elogiou bastante. Me senti bem orgulhosa.
Depois da aula fui encontrar o pessoal da StagTV para mais um ensaio, mas dessa vez não tinha ninguém para eu substituir. Não tinha nada importante para eu fazer. Fiquei nos bastidores com uma das meninas que estava organizando a entrada dos grupos de dança no palco e fiz algumas imagens de bastidores. Fui dispensada de aparecer no dia da grande festa, mas não de uma maneira ruim; o pessoal estava triste por não ter conseguido arranjar nada pra eu fazer. Mas tudo bem, eu disse. Da próxima eu ajudaria.
Dia #38: Sexta-feira, 08/3/2013
À noite todos os alunos de intercâmbio foram a uma festa na casa da flatmate de uma das espanholas. A festa era igual a qualquer festa de filme americano, casa cheia, porta aberta, e o povo vai entrando. O tempo estava meio chuvoso, foi colocada uma tenda no quintal da casa e instalaram alguns aquecedores, então estava bem quentinho mesmo do lado de fora (tinha tanta gente que era difícil ficar na sala ou na cozinha), deu até pra ficar de regata e sem casaco. A festa foi legal, deu pra conversar com mais estrangeiros desconhecidos, fazer amizades. Bem divertido.
Dia #39: Sábado, 09/03/2013
No sábado, estavam todos cansados da festa, não deu pra fazer muita coisa. Fui lavar roupa à tarde e para meu desespero, constatei que não tinha créditos suficientes no meu cartão da lavanderia e antes que eu pudesse entrar em desespero, meu vizinho de máquina de lavar passou o cartão dele na minha máquina e a ligou. Fiquei sem reação. Ele disse: "Parece que você está tendo um dia ruim. Tenha um bom dia agora". Foi a coisa mais fofa que já me fizeram por aqui até agora. Agradeci e ele foi embora, nem tive tempo de perguntar o nome do meu salvador.
À noite fiz um frango assado pré-temperado da Tesco para um jantar especial que eu e o G. fizemos para nossa buddy Bethany. Convidamos os outros buddys dela também, outro brasileiro e um holandês. O G. fez um macarrão gratinado no forno com cogumelos, uma delícia, e o meu frango também ficou bem gostoso (claro, tudo o que eu tinha que fazer era assá-lo, não tinha muito erro nisso). A Bethany levou sobremesas: coelhinhos e pintinhos (?) de páscoa além de picolés Magnum (nham!!). Os meninos levaram refrigerante e cerveja. Foi um jantar bem gostoso, divertido e em boas companhias.
Dia #40: Domingo, 10/03/2013
No domingo fiquei em casa só colocando em dia os deveres das aulas de segunda e terça. Haveria um debate na aula e Film Industry sobre Hollywood e o controle de copyright e eu precisava preparar meus argumentos contra e a favor.
quinta-feira, 7 de março de 2013
#32 e #33 Mais estudos e uma declaração de amor literária
Sábado, como planejado, estudei. Bastante. Também passei aspirador no quarto, lavei e varri o banheiro, lavei roupa. Dia muito produtivo.
No domingo, além de continuar fazendo deveres, chamei a J. pra vir assistir DVD comigo. Vimos Desejo e Reparação, que ela não tinha visto ainda, e que eu estava doida pra rever depois de ter lido o livro de Ian McEwan que deu origem ao filme (o livro chama só Reparação).
Ainda estou encantada com a escrita arrebatadora deste renomado autor britânico. Eu nunca tinha lido nada dele, comprei o livro depois de assistir a palestra que ele deu na Flip do ano passado, e fiquei absolutamente encantada. A narrativa rica em detalhes, não só na descrição de cenários, mas na construção dos personagens, no que eles pensam e sentem. McEwan cria personagens tão vivos que a gente até acha que são pessoas de verdade. E bem, são. Pessoas que vivem nas páginas dos livros e na imaginação do leitor.
Acho que posso dizer que este é o melhor autor que li até agora (lado a lado com Emmanuel Carrère). Até agora. Leio muito, mas a verdade é que ainda conheço pouco desses autores com A maiúsculo. Perto dos meus amigos que trabalham no meio editorial, eu não sei de nada. Mas estou chegando lá, aos poucos, devagarzinho. Aprendendo e descobrindo o que é bom.
Sinopse do livro (Companhia das Letras):
Quanto ao filme, é de um primor e beleza indescritíveis. Não é à toa que ganhou o Globo de Ouro de melhor filme de drama em 2007 e foi indicado aos Oscars de melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor atriz coadjuvante. Ganhou o Oscar de melhor trilha sonora, concebida por Dario Marianelli (que também fez a trilha sonora de Orgulho e Preconceito e de Anna Karenina, recentemente nos cinemas. Todos os três filmes tem direção de Joe Wright e Keira Knightley no papel principal. Esse trio arrasa).
O que mais me emociona no filme é a beleza da adaptação. Adaptar literatura para o cinema não é fácil e nem toda adaptação é bem feita. É muito comum o leitor se decepcionar com a versão cinematográfica do livro. E um livro como Reparação, onde os sentimentos e pensamentos tem mais espaço do que as ações, pelo menos na primeira parte do livro, fica ainda mais difícil saber o que mostrar e o que não mostrar e como mostrar, sem deixar a essência de lado. Nisso, o trabalho dos atores é impecável. Por mais que o filme não revele todas as perturbações que passam na cabeça dos personagens, é possível entender pelas poucas falas e gestos dos intérpretes tudo aquilo que está escondido, todo o subtexto que não está acessível num primeiro momento.
Isso, combinado à fotografia de tirar o fôlego: a luz do sol nas cenas externas, a plasticidade bucólica dos jardins, o foco no detalhe; todo o filme carrega uma aura impressionista, como se fosse uma pintura em movimento.
Estou muito apaixonada pelo livro e pelo filme, tudo o que tenho a dizer é: leiam e assistam!
No domingo, além de continuar fazendo deveres, chamei a J. pra vir assistir DVD comigo. Vimos Desejo e Reparação, que ela não tinha visto ainda, e que eu estava doida pra rever depois de ter lido o livro de Ian McEwan que deu origem ao filme (o livro chama só Reparação).
Ainda estou encantada com a escrita arrebatadora deste renomado autor britânico. Eu nunca tinha lido nada dele, comprei o livro depois de assistir a palestra que ele deu na Flip do ano passado, e fiquei absolutamente encantada. A narrativa rica em detalhes, não só na descrição de cenários, mas na construção dos personagens, no que eles pensam e sentem. McEwan cria personagens tão vivos que a gente até acha que são pessoas de verdade. E bem, são. Pessoas que vivem nas páginas dos livros e na imaginação do leitor.
Capa da edição que eu comprei em Paraty e trouxe pra ler aqui. |
Acho que posso dizer que este é o melhor autor que li até agora (lado a lado com Emmanuel Carrère). Até agora. Leio muito, mas a verdade é que ainda conheço pouco desses autores com A maiúsculo. Perto dos meus amigos que trabalham no meio editorial, eu não sei de nada. Mas estou chegando lá, aos poucos, devagarzinho. Aprendendo e descobrindo o que é bom.
Sinopse do livro (Companhia das Letras):
Na tarde mais quente do verão de 1935, na Inglaterra, a adolescente Briony Tallis vê uma cena que vai atormentar a sua imaginação: sua irmã mais velha, sob o olhar de um amigo de infância, tira a roupa e mergulha, apenas de calcinha e sutiã, na fonte do quintal da casa de campo. A partir desse episódio e de uma sucessão de equívocos, a menina, que nutre a ambição de ser escritora, constrói uma história fantasiosa sobre uma cena que presencia. Comete um crime com efeitos devastadores na vida de toda a família e passa o resto de sua existência tentando desfazer o mal que causou.http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=87001
Quanto ao filme, é de um primor e beleza indescritíveis. Não é à toa que ganhou o Globo de Ouro de melhor filme de drama em 2007 e foi indicado aos Oscars de melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor atriz coadjuvante. Ganhou o Oscar de melhor trilha sonora, concebida por Dario Marianelli (que também fez a trilha sonora de Orgulho e Preconceito e de Anna Karenina, recentemente nos cinemas. Todos os três filmes tem direção de Joe Wright e Keira Knightley no papel principal. Esse trio arrasa).
O que mais me emociona no filme é a beleza da adaptação. Adaptar literatura para o cinema não é fácil e nem toda adaptação é bem feita. É muito comum o leitor se decepcionar com a versão cinematográfica do livro. E um livro como Reparação, onde os sentimentos e pensamentos tem mais espaço do que as ações, pelo menos na primeira parte do livro, fica ainda mais difícil saber o que mostrar e o que não mostrar e como mostrar, sem deixar a essência de lado. Nisso, o trabalho dos atores é impecável. Por mais que o filme não revele todas as perturbações que passam na cabeça dos personagens, é possível entender pelas poucas falas e gestos dos intérpretes tudo aquilo que está escondido, todo o subtexto que não está acessível num primeiro momento.
Isso, combinado à fotografia de tirar o fôlego: a luz do sol nas cenas externas, a plasticidade bucólica dos jardins, o foco no detalhe; todo o filme carrega uma aura impressionista, como se fosse uma pintura em movimento.
Estou muito apaixonada pelo livro e pelo filme, tudo o que tenho a dizer é: leiam e assistam!
#31 Pub crawling e Déjàvubix
Na sexta-feira consegui acordar num horário razoável (10h) e passei o dia todo estudando. O dia todo! Fiz um almoço rápido e voltei pro quarto. Li tudo o que tinha que ler para as aulas, comecei a responder perguntas de exercícios, fiz pesquisas e mal chequei o Facebook. Lá pelas 17h, quando meu cérebro já parecia inchado, tomei logo um banho, pra relaxar e conseguir dar continuidade às tarefas.
No que eu saí do banho, recebi uma mensagem da M. no Facebook, perguntando se eu estava sabendo do pub crawl. Não estava. Ela explicou que o povo (quem?) ia se encontrar às 19h no Chancellors e dali ir para outro pub. E depois outro. E outro. Engatinhando de bar em bar.
Me arrumei em segundos, salvei tudo o que estava fazendo e deixei de lado, sem culpa: afinal, fora um dia intenso de estudos e eu precisava relaxar. E ainda tinha mais dois dias pra terminar tudo.
Encontrei as outras duas brasileiras que moram no prédio (uma no meu flat a outra no flat acima) e fomos para o ponto de ônibus, já em cima da hora combinada. No caminho pro ponto, um momento de pânico: achei que tivesse perdido a carteirinha de plástico que contém todas as coisas mais preciosas que eu possuo aqui: chave do quarto (cartão de hotel, lembra?), passe de ônibus, carteira de estudante e cartão da lavanderia (ok, o menos importante de todos). Corri de volta no flat, olhei pelo caminho, nada. Entrei no ônibus com a galera, em desespero, quando fui lembrada da possibilidade das coisas estarem no bolso da calça jeans. E sim, estavam. Ufa. Tinha desacostumado a usar calça com bolso, as de veludo cotelê que uso no dia a dia não tem.
Chegamos no Chancellors e descobri que o tal pub crawl era organizado pela turma de Engenharia Química, curso de muitos amiguinhos brasileiros. A ideia era beber um pint (500ml) de cerveja ou um shot de algum destilado em cada bar (foram 5 ou 6 no total). Não deu pra acompanhar na bebida, mas foi bom pra conhecer outros pubs de Guildford.
Às 22h30 abandonei o grupo e voltei para a universidade, era dia de fazer imagens e entrevistas para a Déjàvubix. Encontrei a galera da Stag TV e fomos para a festa, que não estava muito animada. O trabalho foi rápido e eu ensaiei fazer algumas entrevistas, mas tive o azar de escolher as pessoas menos interessantes e mais estranhas para responder às nossas perguntas então minhas entrevistas não saíram na edição final. Mas minhas imagens sim, inclusive tive meu nome colocado nos créditos.
Quando terminamos de gravar os ônibus já tinham parado de rodar. Liguei para o G. e dei sorte, ele estava em frente à Rubix com a M., pronto pra voltar pro Manor Park. Sempre bom ter companhia pra voltar pra casa.
Link para o episódio do Déjàvubix que eu ajudei a fazer:
http://www.youtube.com/watch?v=JcGkSIi-JWI&list=PLrYDy54wek1Li5ht-XwTR2MdkyhN6_DP0
No que eu saí do banho, recebi uma mensagem da M. no Facebook, perguntando se eu estava sabendo do pub crawl. Não estava. Ela explicou que o povo (quem?) ia se encontrar às 19h no Chancellors e dali ir para outro pub. E depois outro. E outro. Engatinhando de bar em bar.
Me arrumei em segundos, salvei tudo o que estava fazendo e deixei de lado, sem culpa: afinal, fora um dia intenso de estudos e eu precisava relaxar. E ainda tinha mais dois dias pra terminar tudo.
Encontrei as outras duas brasileiras que moram no prédio (uma no meu flat a outra no flat acima) e fomos para o ponto de ônibus, já em cima da hora combinada. No caminho pro ponto, um momento de pânico: achei que tivesse perdido a carteirinha de plástico que contém todas as coisas mais preciosas que eu possuo aqui: chave do quarto (cartão de hotel, lembra?), passe de ônibus, carteira de estudante e cartão da lavanderia (ok, o menos importante de todos). Corri de volta no flat, olhei pelo caminho, nada. Entrei no ônibus com a galera, em desespero, quando fui lembrada da possibilidade das coisas estarem no bolso da calça jeans. E sim, estavam. Ufa. Tinha desacostumado a usar calça com bolso, as de veludo cotelê que uso no dia a dia não tem.
Chegamos no Chancellors e descobri que o tal pub crawl era organizado pela turma de Engenharia Química, curso de muitos amiguinhos brasileiros. A ideia era beber um pint (500ml) de cerveja ou um shot de algum destilado em cada bar (foram 5 ou 6 no total). Não deu pra acompanhar na bebida, mas foi bom pra conhecer outros pubs de Guildford.
Às 22h30 abandonei o grupo e voltei para a universidade, era dia de fazer imagens e entrevistas para a Déjàvubix. Encontrei a galera da Stag TV e fomos para a festa, que não estava muito animada. O trabalho foi rápido e eu ensaiei fazer algumas entrevistas, mas tive o azar de escolher as pessoas menos interessantes e mais estranhas para responder às nossas perguntas então minhas entrevistas não saíram na edição final. Mas minhas imagens sim, inclusive tive meu nome colocado nos créditos.
Quando terminamos de gravar os ônibus já tinham parado de rodar. Liguei para o G. e dei sorte, ele estava em frente à Rubix com a M., pronto pra voltar pro Manor Park. Sempre bom ter companhia pra voltar pra casa.
Link para o episódio do Déjàvubix que eu ajudei a fazer:
http://www.youtube.com/watch?v=JcGkSIi-JWI&list=PLrYDy54wek1Li5ht-XwTR2MdkyhN6_DP0
#29 e #30: Adiamentos e cancelamentos
O problema de escrever sobre determinado evento depois ou muito tempo depois de ele ter ocorrido, é que acabamos esquecendo os detalhes. E aí que eu não me lembro de muita coisa que fiz na quarta e na quinta-feira da semana passada (27 e 28/02).
O que eu sei é que quarta-feira foi um dia inútil, como todas as minhas quartas-feiras, praticamente. É ótimo ter um dia livre no meio da semana, pra poder botar todos os deveres em dia, as leituras... só que não é bem assim que acontece.
Primeiro que eu já perco metade do dia, acordando depois do meio-dia. Simplesmente porque né, sem aula, sem pressa. Daí acordo, vou fazer almoço, e quando sento pra estudar alguma coisa, já são 14h, 15h. Mas alguma coisa sempre acaba saindo... e aí fico acordada até de madrugada tentando terminar o que era pra eu ter começado cedo, acabo dormindo mal e acordando cansada no dia seguinte.
Quinta-feira. Como dormi mal, consigo acordar cedo pra chegar na hora da aula de 9h, às vezes até adiantada. Mas fico cansada durante toda a aula e absorvo pouca coisa. Minha sorte é que tem todos os materiais e textos das aulas na plataforma da universidade, posso estudar em outros momentos. Mas é muito chato passar uma aula inteira com sono por causa de uma noite mal dormida.
No dia 28/02 lembro que foi aniversário da minha mãe e da minha avó, e consegui falar um pouco com as duas. Também visitei pela primeira vez o Farmer's Market (para nós, feira) que tem toda quinta no espaço da boate Rubix. Tem todo tipo de legumes, verduras e frutas, às vezes com preços melhores que na Tesco. Comprei espigas de milho pra cozinhar, vamos ver se dá certo sem panela de pressão.
Também estava rolando uma feira vintage, com barraquinhas de artesanato, brechós e comidinhas. Comprei um bolo de chocolate delicioso e um colar/relógio de bolso super fofo:
À noite a viagem à Bristol que a M. e eu tínhamos planejado para o fim de semana, motivada por um festival de jazz, foi cancelada. O albergue já estava reservado, mas fomos ingênuas demais e deixamos para comprar as passagens de trem em cima da hora, daí ficou absurdo de caro e tivemos que desistir. O lado bom é que eu teria o fim de semana livre pra fazer todos os deveres da semana seguinte que não tinha conseguido começar na quarta-feira.
O que eu sei é que quarta-feira foi um dia inútil, como todas as minhas quartas-feiras, praticamente. É ótimo ter um dia livre no meio da semana, pra poder botar todos os deveres em dia, as leituras... só que não é bem assim que acontece.
Primeiro que eu já perco metade do dia, acordando depois do meio-dia. Simplesmente porque né, sem aula, sem pressa. Daí acordo, vou fazer almoço, e quando sento pra estudar alguma coisa, já são 14h, 15h. Mas alguma coisa sempre acaba saindo... e aí fico acordada até de madrugada tentando terminar o que era pra eu ter começado cedo, acabo dormindo mal e acordando cansada no dia seguinte.
Quinta-feira. Como dormi mal, consigo acordar cedo pra chegar na hora da aula de 9h, às vezes até adiantada. Mas fico cansada durante toda a aula e absorvo pouca coisa. Minha sorte é que tem todos os materiais e textos das aulas na plataforma da universidade, posso estudar em outros momentos. Mas é muito chato passar uma aula inteira com sono por causa de uma noite mal dormida.
No dia 28/02 lembro que foi aniversário da minha mãe e da minha avó, e consegui falar um pouco com as duas. Também visitei pela primeira vez o Farmer's Market (para nós, feira) que tem toda quinta no espaço da boate Rubix. Tem todo tipo de legumes, verduras e frutas, às vezes com preços melhores que na Tesco. Comprei espigas de milho pra cozinhar, vamos ver se dá certo sem panela de pressão.
Também estava rolando uma feira vintage, com barraquinhas de artesanato, brechós e comidinhas. Comprei um bolo de chocolate delicioso e um colar/relógio de bolso super fofo:
À noite a viagem à Bristol que a M. e eu tínhamos planejado para o fim de semana, motivada por um festival de jazz, foi cancelada. O albergue já estava reservado, mas fomos ingênuas demais e deixamos para comprar as passagens de trem em cima da hora, daí ficou absurdo de caro e tivemos que desistir. O lado bom é que eu teria o fim de semana livre pra fazer todos os deveres da semana seguinte que não tinha conseguido começar na quarta-feira.
domingo, 3 de março de 2013
#28 Festa brasileira
Na terça-feira os brasileiros organizaram uma festa (brasileira) na common room do Manor Park para mostrar aos intercambistas de outros países comidas e bebidas típicas brasileiras, que foram as seguintes:
- Pão de queijo
- Bolo de fubá
- Bolo de cenoura
- Brigadeiro
- Coxinha
- Pastel
- Caipirinha
Tudo bem, podem não ser as comidas mais tipicamente brasileiras, mas são as que a gente conseguiu fazer. O pão de queijo ficou bem diferente, disseram que é por causa do polvilho, que é diferente aqui. Mas ficou muito bom! Os pastéis que eu e o G. dobramos (bem, mais os meus) pareciam mais trouxinhas de massa com recheio do que pastéis. E ficaram gostosos mesmo assim, pelo menos os estrangeiros adoraram. Mas nem é preciso dizer que a preferência nacional e internacional foi o brigadeiro (de copinho, mas sem colherzinha). Todo mundo foi ao delírio!
Toda essa comilança só serviu pra me deixar com mais vontade dessas comidas, porque como o objetivo era fazer os estrangeiros provarem, e a festa tinha mais de 50 pessoas, dá pra entender porque eu não consegui comer uma coisinha se quiser. Só na cozinha, na hora de preparar as comidas, deu pra comer 1 pão de queijo, 1/2 pastel de queijo (a outra metade era do G.) e uma passada de dedo no brigadeiro que ficou no fundo da panela. Só!
No entanto, já garanti uma lata de leite condensado na minha dispensa. Em breve farei meus próprios brigadeiros também!
- Pão de queijo
- Bolo de fubá
- Bolo de cenoura
- Brigadeiro
- Coxinha
- Pastel
- Caipirinha
Tudo bem, podem não ser as comidas mais tipicamente brasileiras, mas são as que a gente conseguiu fazer. O pão de queijo ficou bem diferente, disseram que é por causa do polvilho, que é diferente aqui. Mas ficou muito bom! Os pastéis que eu e o G. dobramos (bem, mais os meus) pareciam mais trouxinhas de massa com recheio do que pastéis. E ficaram gostosos mesmo assim, pelo menos os estrangeiros adoraram. Mas nem é preciso dizer que a preferência nacional e internacional foi o brigadeiro (de copinho, mas sem colherzinha). Todo mundo foi ao delírio!
Toda essa comilança só serviu pra me deixar com mais vontade dessas comidas, porque como o objetivo era fazer os estrangeiros provarem, e a festa tinha mais de 50 pessoas, dá pra entender porque eu não consegui comer uma coisinha se quiser. Só na cozinha, na hora de preparar as comidas, deu pra comer 1 pão de queijo, 1/2 pastel de queijo (a outra metade era do G.) e uma passada de dedo no brigadeiro que ficou no fundo da panela. Só!
No entanto, já garanti uma lata de leite condensado na minha dispensa. Em breve farei meus próprios brigadeiros também!
#26 e #27: Oscar e frango
Domingo, 24/02/2013
Depois de dois dias de agito, passei o domingo todo em casa, comendo dormindo e lendo para as aulas da semana. Tinha comprado um frango pré-temperado na Tesco, e estava doida para experimentar.
Carne é um problema por aqui. Além de ser caro, eu não sei limpar nem preparar nenhum tipo de carne. Daí, na última vez que fiz compras, me deparei com uma seção de carnes semi-prontas, temperadas e numa bandeja de alumínio, prontas pra colocar no forno. Vi que tinha rosbife, mas só um, e já ia vencer; resolvi comprar o frango pra experimentar e deixar a carne vermelha para uma outra oportunidade.
Os dois filés de frango já vinham temperados com manteiga, alho, ervas finas (não soube identificar quais) e cogumelos, coloquei a bandejinha de alumínio no forno e esperei uns 40 minutos. Enquanto isso, fiz arroz (de saquinho...) pra acompanhar.
Resultado: o frango ficou bem assado, gostosinho, mas meio sem sabor. Isso porque já vinha temperado! Mas não deu pra decepcionar. Guardei o segundo filé e a sobra do arroz para o dia seguinte.
A noite de domingo passei em claro assistindo ao Oscar pela internet. Fui dormir às 5h da segunda-feira, tendo aula às 11h. Mas valeu a pena. Foi muito emocionante ver todo o elenco de Les Misérables cantando juntos; o Quentin Tarantino ganhando Oscar de melhor roteiro por Django Livre; a Anne Hathaway linda recebendo o prêmio por melhor atriz coadjuvante. E toda a cerimônia em si. E como na aula de Film Industry tínhamos feito um bolão, valendo prêmio em doces, eu precisava acompanhar tudo para saber se ia ganhar na manhã seguinte.
Segunda-feira, 25/02/2013
Consegui não me atrasar muito para a primeira aula do dia, Contemporary Storytelling. O tema da semana era escrita humorística.
Na aula de Film Industry descobri que acertei 10 das 24 categorias do Oscar, muito pouco para ganhar o prêmio do bolão, mas bastante para quem não estava muito por dentro dos candidatos. Dos filmes, por exemplo, só tinha visto Django Livre, Les Misérables e As Aventuras de Pi (fora Valente, que ganhou melhor animação). Eu só palpitei mesmo e fiquei feliz por ter acertado a melhor atriz, a Jennifer Lawrence, que ninguém esperava; eu sabia não porque conheço o trabalho dela, mas porque ela ganhou o Globo de Ouro competindo com com a Meryl Streep, e há algum tempinho que o Globo de Ouro vem tendo resultados parecidos com o do Oscar, logo: já estava no papo.
Aliás, como parte da pesquisa que fiz para essa aula, descobri que o prêmio menos parcial do cinema americano é o New York Critics Circle Awards, composto por críticos das principais publicações de Nova York e que se orgulha de não ceder à pressões externas nas suas escolhas (por exemplo, descobri que no Globo de Ouro às vezes rola um 'por fora' pra garantir certos vencedores. E o Oscar também tem um padrão a seguir - melhores filmes sempre de drama, em geral históricos ou baseados em fatos reais, com personagem principal branco do sexo masculino e de preferência cujo tema seja bem americano).
Cheguei em casa por volta das 16h e requentei meu almoço de domingo. Transformei o arroz branco em arroz à piemontese e esquentei o frango e os cogumelos na frigideira com molho shoyu e alecrim. Ficou maravilhoso! Melhor refeição que fiz desde que cheguei aqui.
Depois de dois dias de agito, passei o domingo todo em casa, comendo dormindo e lendo para as aulas da semana. Tinha comprado um frango pré-temperado na Tesco, e estava doida para experimentar.
Carne é um problema por aqui. Além de ser caro, eu não sei limpar nem preparar nenhum tipo de carne. Daí, na última vez que fiz compras, me deparei com uma seção de carnes semi-prontas, temperadas e numa bandeja de alumínio, prontas pra colocar no forno. Vi que tinha rosbife, mas só um, e já ia vencer; resolvi comprar o frango pra experimentar e deixar a carne vermelha para uma outra oportunidade.
Os dois filés de frango já vinham temperados com manteiga, alho, ervas finas (não soube identificar quais) e cogumelos, coloquei a bandejinha de alumínio no forno e esperei uns 40 minutos. Enquanto isso, fiz arroz (de saquinho...) pra acompanhar.
Resultado: o frango ficou bem assado, gostosinho, mas meio sem sabor. Isso porque já vinha temperado! Mas não deu pra decepcionar. Guardei o segundo filé e a sobra do arroz para o dia seguinte.
Segunda-feira, 25/02/2013
Consegui não me atrasar muito para a primeira aula do dia, Contemporary Storytelling. O tema da semana era escrita humorística.
Na aula de Film Industry descobri que acertei 10 das 24 categorias do Oscar, muito pouco para ganhar o prêmio do bolão, mas bastante para quem não estava muito por dentro dos candidatos. Dos filmes, por exemplo, só tinha visto Django Livre, Les Misérables e As Aventuras de Pi (fora Valente, que ganhou melhor animação). Eu só palpitei mesmo e fiquei feliz por ter acertado a melhor atriz, a Jennifer Lawrence, que ninguém esperava; eu sabia não porque conheço o trabalho dela, mas porque ela ganhou o Globo de Ouro competindo com com a Meryl Streep, e há algum tempinho que o Globo de Ouro vem tendo resultados parecidos com o do Oscar, logo: já estava no papo.
Aliás, como parte da pesquisa que fiz para essa aula, descobri que o prêmio menos parcial do cinema americano é o New York Critics Circle Awards, composto por críticos das principais publicações de Nova York e que se orgulha de não ceder à pressões externas nas suas escolhas (por exemplo, descobri que no Globo de Ouro às vezes rola um 'por fora' pra garantir certos vencedores. E o Oscar também tem um padrão a seguir - melhores filmes sempre de drama, em geral históricos ou baseados em fatos reais, com personagem principal branco do sexo masculino e de preferência cujo tema seja bem americano).
Cheguei em casa por volta das 16h e requentei meu almoço de domingo. Transformei o arroz branco em arroz à piemontese e esquentei o frango e os cogumelos na frigideira com molho shoyu e alecrim. Ficou maravilhoso! Melhor refeição que fiz desde que cheguei aqui.
sexta-feira, 1 de março de 2013
#25 Viagem: Stonehenge e Bath (23-02-13)
Acordei cedo no sábado e encontrei a M. e uns meninos brasileiros às oito da manhã para nossa primeira excursão: conhecer as misteriosas pedras de Stonehenge e a cidade de Bath, conhecida pelos banhos romanos e por ser a cidade natal de Jane Austen e cenário de alguns de seus livros, como Northanger Abbey. Sou uma grande fã!
Como não confiamos que o ônibus passaria a tempo de nos levar para o ponto de encontro da excursão, fomos andando até o Stag Hill campus. Foi uma longa caminhada de 25 minutos no cinzento frio matinal de Guildford. Definitivamente não era o melhor dia para andar ao ar livre, ainda mais com o vento congelante que parecia ultrapassar a grossa barreira do meu poderoso casaco comprado no Canadá. Eu não estava com a minha melhor blusa de lã por baixo do casaco e tinha esquecido minhas luvas na correria de sair de casa, mas felizmente a M. tinha um par extra.
Chegando no Stag Hill corremos para alcançar o ônibus, que já estava cheio e pronto para partir, mas conseguimos não ser os últimos a entrar. Ninguém ficou para traz, ainda bem. Durante as próximas duas horas deu pra repor o sono da cansativa noite passada.
O primeiro destino foi Stonehenge, um conjunto literalmente no meio do nada - bem, no meio de um pedaço de grama entre duas estradas no meio do nada. Eu imaginava que ficasse num lugar mais místico, no alto de uma grande colina, com muita névoa em volta. Mas talvez eu tenha acreditado demais na versão da Disney no filme Valente.
Mas foi legal, mesmo assim. Apesar do vento e do frio. Muito frio.
Viajamos por mais uma hora até chegar em Bath, que fica no sudoeste do Reino Unido, próximo de Bristol. A cidade é bem grande, não só na extensão, mas na arquitetura. Muitos edifícios ostentosos estilo georgiano. É uma cidade bem turística e mais conhecida por suas águas termais e pelos banhos construídos pelos romanos durante a ocupação do Império Romano na Grã-Bretanha (sabe-se lá quantos mil anos atrás, descubram e me digam depois).
Chegamos na cidade pela hora do almoço, todos morrendo de fome. A M. tinha combinado de almoçar com um amigo do pai dela que tinha acabado de se mudar para a cidade e fiz companhia para ela. Demos uma volta na loja de departamentos Debbenhams e encontramos o amigo do pai dela junto com a esposa e o filho (fofo!) de três anos. Almoçamos num restaurante chinês bem gostoso e barato, 6 libras por entrada, prato principal (beeem servido!) e chá.
Depois do almoço passeamos pela cidade, que, como era um sábado, estava bem cheia de turistas. Compramos chocolates deliciosos numa loja chamada Thorntons.
Entramos na fila para ver o banho romano por volta das quatro. Além do banho, tinha um museu contando como era a vida dos romanos nos banhos, de onde vinham as águas termais, e várias outras coisas que não conseguimos ver direito. Fizemos o passeio correndo pra dar tempo de ir no Jane Austen Centre (a M. também é fã!) que fechava às 17h30 e a gente ainda tinha que descobrir como chegava lá.
Chegamos às 16h40 na antiga casa da Miss Austen, mas fomos informadas que o último grupo de visita ao museu e ao salão de chá tinha entrado às 16h38 e não poderíamos mais entrar. Frustração total. O único lugar que mais queríamos ir estava fechando a porta na nossa cara. A funcionária nos sugeriu de voltar no dia seguinte mas dissemos que estávamos partindo às 18h. Ela apenas disse "que pena" e nem reconsiderou nos enfiar no grupo. Parece que teremos que agendar uma outra visita à Bath em breve. Mas deu pra dar uma volta pela loja e babar por todas as coisas que eles vendiam: além de todos os livros, tinteiros, penas, papéis de carta, jogos de chá, e outras fofices. Comprei uma borracha em forma do livro Orgulho e Preconceito, só pra não perder a viagem.
Tínhamos ainda uma hora e vinte minutos livres, então passeamos sem rumo pela cidade. Entramos na livraria Waterstone onde eu consegui encontrar o exemplar que faltava na minha coleção da Jane Austen, justo o mais famoso de todos:
Também comprei Howard's End de E. M. Forster que estava na liquidação por 2,99. Eu não conheço o autor, mas eu já vi o filme desse livro; um professor o mencionou na minha primeira semana aqui; me deparei com ele na biblioteca quando procurava outro livro; e fui atraída por essa edição na livraria por causa da capa linda (azul clara com estampa de lírios beges; estava sem a capa de papel que contem o título, por isso o preço baixo). Acho que o universo está me mandando ler esse romance, então, vou obedecer. Fomos ainda na Paperchase, a papelaria mais linda que eu já vi na vida, mas me contive. Tem dessa papelaria em Guildford também, quando estiver com mais dinheiro vou lá torrar.
Passamos por uma momento tenso, M. e eu, quando já era 17h30 e a gente não tinha ideia de onde estava na cidade. Com a ajuda dos queridos Google Maps e 3G, conseguimos nos localizar e encontrar o estacionamento onde estava nosso ônibus. Entramos, nos aconchegamos e dormimos. Duas horas e meia depois estávamos novamente em Guildford, e a melhor parte foi que o motorista do ônibus nos deixou no Manor Park antes de seguir para a universidade, uma fofura, considerando que nós éramos poucos.
Depois desse longo dia tudo o que eu queria era dormir.
Como não confiamos que o ônibus passaria a tempo de nos levar para o ponto de encontro da excursão, fomos andando até o Stag Hill campus. Foi uma longa caminhada de 25 minutos no cinzento frio matinal de Guildford. Definitivamente não era o melhor dia para andar ao ar livre, ainda mais com o vento congelante que parecia ultrapassar a grossa barreira do meu poderoso casaco comprado no Canadá. Eu não estava com a minha melhor blusa de lã por baixo do casaco e tinha esquecido minhas luvas na correria de sair de casa, mas felizmente a M. tinha um par extra.
Chegando no Stag Hill corremos para alcançar o ônibus, que já estava cheio e pronto para partir, mas conseguimos não ser os últimos a entrar. Ninguém ficou para traz, ainda bem. Durante as próximas duas horas deu pra repor o sono da cansativa noite passada.
O primeiro destino foi Stonehenge, um conjunto literalmente no meio do nada - bem, no meio de um pedaço de grama entre duas estradas no meio do nada. Eu imaginava que ficasse num lugar mais místico, no alto de uma grande colina, com muita névoa em volta. Mas talvez eu tenha acreditado demais na versão da Disney no filme Valente.
Expectativa |
Realidade |
Viajamos por mais uma hora até chegar em Bath, que fica no sudoeste do Reino Unido, próximo de Bristol. A cidade é bem grande, não só na extensão, mas na arquitetura. Muitos edifícios ostentosos estilo georgiano. É uma cidade bem turística e mais conhecida por suas águas termais e pelos banhos construídos pelos romanos durante a ocupação do Império Romano na Grã-Bretanha (sabe-se lá quantos mil anos atrás, descubram e me digam depois).
Bath Abbey ao fundo e Pump Room à direita, muito frequentado pelos personagens de Northanger Abbey. |
Rio Avon |
Contraste: cabine telefônica inglesa moderna e busto romano clássico ao fundo |
Julius Ceasar (ou outro imperador. Eram muitas estátuas) |
O banho romano |
Eu e Jane Austen |
O vermelhinho é a tal borracha que comprei na casa da Jane! |
Passamos por uma momento tenso, M. e eu, quando já era 17h30 e a gente não tinha ideia de onde estava na cidade. Com a ajuda dos queridos Google Maps e 3G, conseguimos nos localizar e encontrar o estacionamento onde estava nosso ônibus. Entramos, nos aconchegamos e dormimos. Duas horas e meia depois estávamos novamente em Guildford, e a melhor parte foi que o motorista do ônibus nos deixou no Manor Park antes de seguir para a universidade, uma fofura, considerando que nós éramos poucos.
Depois desse longo dia tudo o que eu queria era dormir.
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