quinta-feira, 7 de março de 2013

#32 e #33 Mais estudos e uma declaração de amor literária

Sábado, como planejado, estudei. Bastante. Também passei aspirador no quarto, lavei e varri o banheiro, lavei roupa. Dia muito produtivo.

No domingo, além de continuar fazendo deveres, chamei a J. pra vir assistir DVD comigo. Vimos Desejo e Reparação, que ela não tinha visto ainda, e que eu estava doida pra rever depois de ter lido o livro de Ian McEwan que deu origem ao filme (o livro chama só Reparação).

Ainda estou encantada com a escrita arrebatadora deste renomado autor britânico. Eu nunca tinha lido nada dele, comprei o livro depois de assistir a palestra que ele deu na Flip do ano passado, e fiquei absolutamente encantada. A narrativa rica em detalhes, não só na descrição de cenários, mas na construção dos personagens, no que eles pensam e sentem. McEwan cria personagens tão vivos que a gente até acha que são pessoas de verdade. E bem, são. Pessoas que vivem nas páginas dos livros e na imaginação do leitor.
 
Capa da edição que eu comprei em Paraty e trouxe pra ler aqui.

Acho que posso dizer que este é o melhor autor que li até agora (lado a lado com Emmanuel Carrère). Até agora. Leio muito, mas a verdade é que ainda conheço pouco desses autores com A maiúsculo. Perto dos meus amigos que trabalham no meio editorial, eu não sei de nada. Mas estou chegando lá, aos poucos, devagarzinho. Aprendendo e descobrindo o que é bom.

Sinopse do livro (Companhia das Letras):
Na tarde mais quente do verão de 1935, na Inglaterra, a adolescente Briony Tallis vê uma cena que vai atormentar a sua imaginação: sua irmã mais velha, sob o olhar de um amigo de infância, tira a roupa e mergulha, apenas de calcinha e sutiã, na fonte do quintal da casa de campo. A partir desse episódio e de uma sucessão de equívocos, a menina, que nutre a ambição de ser escritora, constrói uma história fantasiosa sobre uma cena que presencia. Comete um crime com efeitos devastadores na vida de toda a família e passa o resto de sua existência tentando desfazer o mal que causou.
http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=87001

Quanto ao filme, é de um primor e beleza indescritíveis. Não é à toa que ganhou o Globo de Ouro de melhor filme de drama em 2007 e foi indicado aos Oscars de melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor atriz coadjuvante. Ganhou o Oscar de melhor trilha sonora, concebida por Dario Marianelli (que também fez a trilha sonora de Orgulho e Preconceito e de Anna Karenina, recentemente nos cinemas. Todos os três filmes tem direção de Joe Wright e Keira Knightley no papel principal. Esse trio arrasa).

O que mais me emociona no filme é a beleza da adaptação. Adaptar literatura para o cinema não é fácil e nem toda adaptação é bem feita. É muito comum o leitor se decepcionar com a versão cinematográfica do livro. E um livro como Reparação, onde os sentimentos e pensamentos tem mais espaço do que as ações, pelo menos na primeira parte do livro, fica ainda mais difícil saber o que mostrar e o que não mostrar e como mostrar, sem deixar a essência de lado. Nisso, o trabalho dos atores é impecável. Por mais que o filme não revele todas as perturbações que passam na cabeça dos personagens, é possível entender pelas poucas falas e gestos dos intérpretes tudo aquilo que está escondido, todo o subtexto que não está acessível num primeiro momento.

Isso, combinado à fotografia de tirar o fôlego: a luz do sol nas cenas externas, a plasticidade bucólica dos jardins, o foco no detalhe; todo o filme carrega uma aura impressionista, como se fosse uma pintura em movimento.

Estou muito apaixonada pelo livro e pelo filme, tudo o que tenho a dizer é: leiam e assistam!

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