segunda-feira, 18 de março de 2013

#46: Sábado perfeito em Londres

Hoje foi um dia tão bom, mas tão bom, que a felicidade quase me impede de descrevê-lo. Mas vou tentar.

Depois de dois dias de fracasso total, resolvi comemorar o St. Patrick's Day de uma forma mais fácil e agradável: na companhia de amigos bem mais próximos e de gostos similares aos meus. Na madrugada ainda combinei tudo com o D. e a J. e no sábado por volta das 13h, pegamos o trem para Londres, para passear o dia todo nos meus lugares preferidos - que por acaso também são lugares que agradam muito aos meus amigos - e encontrar os outros brasileiros à noite em algum pub do Soho.

Primeira parada: Notting Hill. Ai. Ai. Suspiro só de pensar. O cenário de um dos meus filmes preferidos, somente. E não fosse isso, só o Portobello Market já seria suficiente. Uma feira de rua que aos sábados se estende por quase um quilômetro, acolhendo o maior mercado de antiguidades do mundo. Além disso, também é possível encontrar bolsas, roupas (os vestidos mais lindos com os preços mais lindos: entre 10 e 15 libras!), sapatos e há uma seção da rua só de frutas, vegetais e outras comidas (hoje tinha uma barraquinha com tachos enormes de paella e outra com cupcakes).

Portobello Road Market
 
Não bastasse a feira, toda a atmosfera do bairro (Notting Hill na verdade é um distrito do borough de South Kensington e Chelsea, então seria mais como um sub-bairro) é pura alegria. Casinhas coloridas, lindos jardins, gente pra todo lado, coisas lindas para ver... Seria um sonho morar ali para sempre.

Essa podia muito bem ser a minha casa...

Depois de passear bastante pela feira, procuramos a livraria que foi usada no filme Um Lugar Chamado Notting Hill onde Will Thacker, meu querido Hugh Grant, passava dias insossos atrás do balcão até conhecer e se apaixonar por Anna Scott, a deslumbrante Julia Roberts. A livraria no filme e até há pouco tempo atrás na vida real, quando eu fui lá pela primeira vez, se chamava The Travel Bookshop (ou The Travel Book Co.). Hoje em dia ela tem outro dono e outro nome, The Notting Hill Bookshop, e mantém a mesma fachada, a mesma essência do filme, tem até uma plaquinha na parede dizendo que aquela é a livraria usada no filme.
A fachada original em 2011
Novos donos, novo layout
Da primeira vez que eu fui lá com meu pai em 2011, comprei um livro super lindo-romântico-fofo de uma autora inglesa, chamado From Notting Hill, with love... actually, cuja personagem principal é fanática por filmes românticos e cuja trama simplesmente mistura todos os acontecimentos mais lindos dos melhores filmes românticos de todos os tempos (sou muito enfática nisso) e que são os meus preferidos (O Diário  de Bridget Jones, Um Lugar Chamado Notting Hill, Simplesmente Amor e até ... E O Vento Levou, dentre outros).

Dessa segunda vez, encontrei outro livro da mesma autora, na mesma linha de pegar inspirações em filmes: Breakfast at Darcy's. Apesar de eu ter me prometido ler só literatura clássica e grandes autores esse ano, não resisti a colocar um romance de mulherzinha na lista. Para os momentos de descontração, sabe.

Na livraria escutei duas turistas (por sinal, brasileiras) perguntando onde era a casa que foi usada como fachada para a casa de Will Thacker, e como não tinha encontrado da primeira vez que fui lá, corri para encontrá-la, sem objeção dos meus amigos, afinal, o D. adora o filme tanto quanto eu e a J. estava adorando nossa aventura, suponho (espero). Encontramos a porta azul e registramos o momento.

Depois de perambular, já era quase 16h, eu e J. começamos a sentir fome, porque só tivemos tempo de tomar café da manhã. O D. tinha sanduíches para ele, então nós tivemos que escolher um lugar para comer. Estava frio, ventando e começava a chover (de novo!), logo, resolvemos entrar no primeiro lugar que vimos, o Mike's Café. O cardápio era atraente, a comida deliciosa e o ambiente quentinho e agradável. Ganhamos forças para continuar a jornada.

Pegamos um clássico ônibus vermelho de dois andares, andamos algumas quadras e descemos no Kensington Gardens, que eu já conhecia, mas meus amigos não. Apesar do dia cinza, o passeio agradou a todos. Atravessamos o parque até o ponto que ele se encontra com o Hyde Park e como já eram seis e pouca da noite, entramos no metrô e fomos para o Soho encontrar os outros amigos no pub.

Tenho que dizer o quanto eu amo o metrô. Não qualquer metrô, e definitivamente não o metrô do Rio. De todas as cidades em que estive e usei o metrô - Nova York, Paris, Montréal, São Paulo, Rio - o de Londres é o meu preferido. Como eu adoro ler aquelas linhas coloridas, subir e descer as escadas ladeadas de cartazes de musicais, shows e peças, entrar e sair dos trens lotados. Definitivamente não é a mesma coisa que andar de ônibus. Metrô é incrivelmente melhor (o do Rio eu tenho muitas dúvidas, mas transporte no Rio já é uma coisa decadente).

Descemos em Picaddily Circus, abarrotada de gente indo aos teatros. Andamos um bocado até encontrar o pub The Montagu Pyke onde os amigos brasileiros estavam, mas foi bom ver as luzes dos teatros à noite e descobrir onde fica Chinatown.

O pub estava cheio e de início não tinha lugar para sentarmos, mas logo algumas mesas foram vagando e conseguimos nos acomodar. O clima não era de St. Patrick's, mas era festivo mesmo assim. Foi muito divertido e eu e J. conversamos bastante, descobrindo novas afinidades, como a paixão em comum por jogar The Sims.

O retorno para Guildford foi agitado, tivemos que correr com mais dois amigos até o metrô, correr para pegar o trem rápido de Waterloo até nossa cidade a tempo de pegar o último ônibus para o Manor Park. Eu e J. quase morremos na corrida, duas sedentárias que somos, achei que não fôssemos conseguir. Mas com o trem já apitando, entramos esbaforidas e junto com os outros (muito mais ágeis), procuramos um lugar para sentar e conseguimos nos acomodar.

Chegando em Guildford a correria começou de novo, mas nossos amigos atletas conseguiram correr e segurar o ônibus para que eu e J. conseguíssemos alcança-lo. Seria muito desagradável voltar para o Manor Park a pé às 00h40.

Mas conseguimos. E fui dormir feliz com a certeza de ter aproveitado o dia fazendo tudo o que eu gosto (fora a parte de correr) em ótimas companhias.

Um comentário:

  1. Oh MY!!! Estou suspirando até agora com a descrição do seu dia perfeito! Amei as fotos (acho impossível qualquer foto ficar ruim num cenário como Notting Hill, né?!) e o relato do passeio, inclusive da correria, porque no fim deu tudo certo! \o/

    Você ia gostar de morar aí para sempre mesmo, vir ao Brasil só para visitar familiares, uma vez a cada dois anos? Eu tenho minhas dúvidas com relação a mim, já morei em outro estado, longe da minha família, mas acabei sofrendo demais e resolvi voltar. Ou eu não tava pronta ou realmente sou apegada demaaaais aos meus. Sei lá. Acho muito maduro quem toma essa decisão e se vira numa boa. Um dia vou ter que fazer isso, espero estar pronta quando esse dia definitivamente chegar. '-'

    Continue curtindo muuuito!

    E obrigada pelas respostas nos comentários anteriores. Fiquei teeempos sem passar aqui e quase tomei um susto quando vi o tanto de postagens! >.<
    Abraços!

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