Dito e feito. Pouco depois de descer em frente ao prédio Austin Pearce entrei no nº 17 (ou 26?) e fui para a cidade, acompanhada de outros estudantes com pequenas malas e mochilas, também indo para a estação de trem. Desci no ponto da estação e me dirigi à máquina de venda de tickets (vendedores humanos para quê?). Fiquei meio confusa com todas as opções de bilhetes e principalmente por não existir a opção de comprar bilhetes por horários. Pedi ajuda a um rapaz ao meu lado, que também viera da universidade no meu ônibus e ele me ajudou a selecionar o bilhete que eu queria: ida e volta para Londres, 1/3 de desconto do railcard estudantil, mais passe para todas as zonas (1 a 6) do metrô de Londres, fora do horário de rush (11h às 16h ou depois das 19h). Agradeci a ajuda, enfiei o cartão de crédito na máquina, paguei ($12.40), retirei meu ticket e meus recibos e entrei na estação.
Numa televisão na parede vi o horário do trem (11h40), a plataforma (5) e me dirigi para ela. Esperei menos de 5 minutos até o trem da South West Trains chegar. Entrei e me sentei no primeiro assento que encontrei na cadeira do meio de uma fila de três, ao lado de uma senhora que lia um livro. Tirei da bolsa meu Vida de Artista, coleção de histórias de Henry James sobre pintores e pinturas e comecei a ler de onde tinha parado da última vez. Me concentrei na leitura mas mantive os ouvidos atentos para a voz feminina da gravação que indicava as estações em que parávamos.
Trinta minutos depois desci na estação de Waterloo em Londres. Segui as placas até chegar na entrada do metrô, consultei o mapa cujas principais linhas eu já conhecia da primeira vez que estive em Londres em 2011 e anotei mentalmente meu itinerário: linha cinza, descer em Westminster, trocar pra linha amarela/verde e seguir até South Kensington. Destino: Chelsea Old Town Hall.
Interior da galeria no Chelsea Old Town Hall |
Entrei no prédio e segui em frente até a galeria. Percorri toda a exposição, vi muitas obras interessantes, dentre fotografias, pinturas, esculturas e instalações; mas não encontrei as obras do fotógrafo brasileiro que eu conhecia bem. Pedi ajuda às funcionárias da exposição e após algumas indagações, descobri que as obras dele não tinham chegado a tempo para a exposição. Uma verdadeira pena.
No caminho de volta à estação de metrô, resolvi entrar num dos jardins por onde tinha passado na ida, onde ficava a St. Luke's Church. Tirei algumas fotos e observei os corvos e pombos que comiam migalhas do chão. Ao lado da igreja tinha um campo de futebol e alguns jovens jogando.
St. Luke's Church |
Reconheci a área onde eu estava da primeira vez que vim à Londres e reconhecendo o prédio à distância, me dirigi até o Natural History Museum, o qual eu e meu pai tínhamos pretendido visitar na outra viagem mas acabamos desistindo porque a fila estava muito grande e estávamos saturados de tanto ver museus em Paris. Acabamos indo conhecer a Harrods naquele dia. Priorizamos o consumo à cultura, uma vergonha. Mas eu ia reparar esse erro, sentar num dos bancos da frente do museu, comer meu lanche, entrar e ver as exposições.
Bem, eu ia. Mas sexta-feira parecia ser o dia nacional de levar as crianças ao museu. A fila estava enorme, bloqueando até mesmo o acesso aos bancos onde eu e meu pai tínhamos nos sentado para descansar da última vez. E não paravam de entrar famílias inteiras com crianças de carrinho.
Natural History Museum |
Big Ben |
Estação de metrô de Westminster |
Entrei, me acomodei ao lado de uma janela e finalmente comi meu tão desejado bolo de chocolate. Uma delícia, como eu imaginava. E geladinho, porque né, estava frio. Minha maçã ficou completamente esquecida.
Uma hora depois (esse trem parava em mais estações que o da ida) estava de volta em Guildford. Saí da estação numa rua diferente daquela em que tinha entrado e por um momento me senti perdida. Mas encontrei o centro da cidade e me localizei. Passei na Tesco Express para comprar creme de leite e cream cheese para fazer arroz à piemontese no fim de semana e entrei no Friary Center para cortar caminho até o terminal de ônibus.
Notei que estava no primeiro andar do shopping, o qual ainda não tinha explorado e encontrei uma loja enorme de CD's e DVD's. Estava cedo, entrei para dar uma olhadinha. E saí de lá carregada de boas compras em promoção: 5 filmes por $13!
Peguei o ônibus e voltei pra casa. Fiz um lanche rápido com os fish fingers que tinham sobrado, tomei banho e me arrumei para meu primeiro dia de trabalho na Stag TV.
Antes passei no pub Chancellors e encontrei todos os brasileiros e bastante gente da universidade (inclusive o pessoal da TV); estavam sendo anunciados os eleitos para os cargos da Student's Union. Lá pelas dez e meia da noite fui até o escritório da Stag TV para saber o que se faz no Dejavubix. Descobri que todas as sextas-feiras filmamos as festas e entrevistamos as pessoas na Rubix. Bem simples e divertido.
O tema da festa era Playtime; tinha um pula-pula gigante no pátio ao lado da entrada, uma piscina de bolinhas no piso principal da boate, mesas com papeis, lápis de cor e massinha e animadores fazendo pintura facial. Não me senti inicialmente à vontade para entrevistar as pessoas na festa então ajudei com a figuração (pulando no pula-pula quando não tinha ninguém, escrevendo Stag TV com massinha) e também filmei um pouco (primeira vez que peguei numa filmadora de verdade, fiquei com dor no ombro, a câmera pesa muito!).
O melhor foi que entramos na festa de graça e como ganhei um carimbo na mão, quando acabamos de trabalhar pude aproveitar a festa e encontrar os brasileiros para ter companhia na volta pra casa, já que tinha perdido o ônibus.
Cheguei em casa e fui direto dormir para acordar às 07h no dia seguinte e viajar para ver o Stonehenge e visitar a cidade de Bath.