Quando vi a hora, logo desisti da ideia, talvez fosse melhor deixar o passeio para outro dia e passar o sábado estudando. Liguei o computador só para ver o que estava acontecendo e me deparei com um convite de um dos brasileiros, R., perguntando se alguém queria lhe fazer companhia para ir ao Guidlford Castle, um dos lugares que eu planejava ir hoje. Logo me manifestei, já eram quase duas e eu não tinha comido nada, mas me vesti com muita agilidade e com roupas bem leves (o "calor" continuava reinando). Convocamos mais dois brasileiros, o D. e a M. e nos encontramos na recepção do Manor Park para esperar o ônibus.
Peguei a câmera e coloquei uma maçã na bolsa, para comer no caminho. No restaurante da recepção, tomei um café. O ônibus chegou e começamos nosso passeio por volta das duas e meia da tarde.
Chegando no centro da cidade, fomos andando até uma loja de bicicletas que o D. tinha pesquisado, ele queria comprar uma para poder explorar a cidade e ir pra universidade sem depender de ônibus. A M. também animou e eles começaram a planejar viagens de bicicleta pelo Reino Unido. Achei a ideia incrível, mas eu mal consigo andar de bicicleta numa ciclovia, que dirá em estrada. Se eles conseguissem juntar um grupo grande para fazer essas viagens, talvez eu encontrasse alguém que topasse alugar e dirigir um carro (porque também não sei dirigir) e eu iria nele fazendo registros fotográficos da viagem. Mas é só uma ideia que me ocorreu, nem cheguei a comentar na hora.
Andamos por um bom tempo, passando por várias casinhas de tijolos bonitinhas e iguaizinhas, até encontrarmos a loja Pedal Pushers. Nossos amigos ciclistas olharam tudo, mas as bicicletas estavam bem caras e no momento eles não tinham nenhuma de segunda mão. Seguimos para uma outra loja, mais longe, onde só se vendiam bicicletas usadas e provavelmente mais baratas. Andamos bastante, mas o tempo estava agradável e as companhias também. Aproveitei para fazer algumas fotos.
Depois de passarmos por um pônei que pastava feliz em um pedaço de grama e andarmos um pouco pela Woodlands Road, encontramos a loja, que vendia não só bicicletas, mas móveis e outros aparelhos usados. O D. e a M. encontraram suas bicicletas, 80 e 50 libras respectivamente, e estavam em bom estado. A loja estava prestes a fechar, e após terem feito o test-drive, saíram felizes com suas novas bicicletas, prontos para explorar todos os cantos de Guildford. D. e M. seguiram de bicicleta até o centro da cidade, eu e R. esperamos pelo próximo ônibus que levaria uns vinte minutos.
My little pony |
Depois de 5 minutos no ponto, o ônibus nº 34 passou e parou no ponto do outro lado da rua. Eu e R. corremos e conseguimos alcança-lo, entramos e nos acomodamos. Em pouco tempo estaríamos de volta à Friary Bus Station no centro da cidade.
Mas duas ou três paradas depois, o motorista levantou-se, chegou ao nosso lado e disse que estávamos indo para Woking, uma outra cidade, e que nossos passes de ônibus só eram válidos em Guildford. Ele não disse com essas palavras, mas era algo como "paguem a passagem ou caiam fora". Descemos, ainda meio confusos, mas tudo começou a fazer sentido. Existia um motivo para aquele ônibus ter passado do outro lado da rua no ponto em que o pegamos. E por ele não ter demorado vinte minutos.
Atravessamos a rua em que o ônibus gentilmente nos deixou, sem ter ideia de onde estávamos, e chegamos ao outro ponto de ônibus. Esperamos mais cinco minutos e logo apareceu outro número 34, dessa vez o certo, com o letreiro indicando a direção Town Center. Subimos no ônibus despreocupadamente dessa vez.
De volta ao centro, R. e eu nos separamos. Ele me deixou na Primark para comprar as coisas que eu precisava ("sei que mulheres não gostam de homem andando atrás delas no meio das compras") e foi até o McDonald's tomar uma Coca-Cola. Eu encontrei minhas toalhas, busquei um conjunto de lençol mas só tinha o lençol de forrar a cama então desisti da ideia; achei uma saia vinho bonitinha e de preço justo, um cabide de acessórios para pendurar meus cintos e cachecóis e me dirigi ao caixa.
Saindo da loja, encontrei o R. e recebi uma ligação da M. (finalmente consegui um chip do Reino Unido, sou uma pessoa com telefone agora!) dizendo que eles estavam em frente ao shopping da estação. Agora sim podíamos dar início ao passeio que tínhamos programado para o dia: ir ao Castelo de Guildford!
Como eu só tinha comido uma maçã e um quarto de chocolate Milka o dia inteiro, paramos numa espécie de padaria e eu e M. compramos um salgado de forno quadrado, uma espécie de torta, recheada de frango, que era muito gostosa, mas não tinha gosto de frango. Não deliberamos muito sobre o lanche.
Andamos por algumas ruas e encontramos o castelo, o sol já estava se pondo. À essa hora o castelo já estava fechado para visitantes, mas pudemos visitar os jardins e tirar algumas fotos.
Na volta pra casa, eu e R. nos separamos dos ciclistas e fomos até a estação para pegar o ônibus. Cheguei em casa por volta das 18h e tive pouco tempo de fazer qualquer coisa antes de sair às 19h para encontrar a Bethany. Fomos até o Heart + Soul, onde eu esperava jantar alguma coisa, mas a cozinha já estava fechada. Tomei chá verde com limão e comi um cupcake com marshmallow de coração em cima.
Conversamos sobre os acontecimentos de nossas vidas na última semana, Bethany me contou sobre um emprego que estava tentando conseguir. Pouco antes de dar nove horas, encerramos a noite e voltamos para casa, afinal eu ainda precisava fazer uma refeição e estudar mil coisas para a semana.
Cheguei no flat e vi que minha cozinha estava tomada de brasileiros fazendo comida japonesa, convidados pela minha flatmate. Preparei um risoto de micro-ondas (preciso comprar mais comida) e comi com eles, até um pouco dos cogumelos que eles fritaram no shoyu. Terminei de comer e voei de volta para o quarto para começar a exaustiva noite de estudos, que durou até às 4h.
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