quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

#7 Meu primeiro western e o fim da odisseia

Terça-feira, nove horas da manhã e já pulei da cama e corri para pegar o ônibus. Primeira aula do dia: Hollywood and Genres (se pronuncia jânrra, como em francês). Felizmente não fui a única atrasada, e dessa vez não foi difícil encontrar o Lewis Carrol Building (ou AC, na lógica maluca do mapa), pois eu estava acompanhada de brasileiros veteranos que me guiaram direitinho até o andar que eu tinha que estar. Difícil mesmo foi achar a entrada do prédio de novo, sozinha, ainda mais tendo saído por uma porta diferente enquanto me distraía conversando com a professora.

O objetivo do curso é a discussão do gênero cinematográfico, especialmente o de Hollywood. Que aspectos definem o gênero de um filme, para que serve essa classificação, etc. A aula tem duas partes: de manhã assistimos um filme e à tarde discutimos o que vimos relacionando com os textos dados previamente pela professora.

Quando a turma estava completa, umas quinze pessoas, a professora ligou o projetor e fomos transportados para o ambiente do faroeste americano com o filme "The Searchers" (Rastros de Ódio, na tradução brasileira), filme de 1956, dirigido por John Ford e estrelado por John Wayne. Western, nosso primeiro gênero a ser discutido e o primeiro filme do gênero que assistia. Nunca gostei muito de história de cowboy, principalmente quando envolvem genocídio de índios (o que é possível que ocorra em todos os westerns americanos). Mas gostei de ter conhecido esse estilo e mais ainda de ter discutido com os outros colegas de sala, a construção dos personagens, o contexto temporal da história e outros aspectos.

Só pra situar um pouco: o filme conta a história de uma família assassinada por uma tribo indígena que ainda sequestra as duas filhas da família. Por cinco (ou mais, perdi a conta) anos, o personagem de John Wayne (um tremendo babaca) procura as meninas sequestradas no deserto do Texas e imediações. O traço mais forte do filme e do gênero (que reflete uma característica da época - 1868, é a data em que começa o filme) é o horror da comunidade branca quanto à miscigenação. Era preferível que uma pessoa branca morresse do que "misturasse o sangue" com os indígenas. A miscigenação era um tabu - e não continua sendo pra muitas pessoas, não só em relação aos índios?


Mais uma aula com dever de casa. Ninguém aqui perde tempo!

Antes da segunda parte da aula, à tarde, tinha levado meu computador para o suporte técnico novamente (dessa vez com o carregador!) e no final da aula, passei lá para buscá-lo. Sucesso: conseguiram instalar o Office 365! E ainda busquei meu roteador wi-fi, comprado no dia anterior.

Antes de ir embora, passei no Senate House e busquei meu passe de ônibus (120 libras por um ano inteiro, menos do que eu gastaria em três meses pagando passagem todo dia). Agora vai ser difícil eu fazer qualquer coisa a pé pela cidade, mas prometo que é só até esse frio todo passar. Quando Março chegar, a primavera vai se anunciar, e o ar ficará bem mais agradável. É só esperar.

2 comentários:

  1. Eu também não gostava de filmes de faroeste. Mas aí, um belo dia, comecei a ler a série A Torre Negra, de Stephen King, e hoje gosto bastante do gênero. O penúltimo filme que assisti foi Django Livre e, se vc ainda não viu, super recomendo! É um filmaço aço aço. hehe Apesar de não ser fã de muito sangue, o Tarantino conseguiu fazer a estória ser mais interessante do que as cenas sangrentas.

    Eu não sou uma grande entendedora de cinema, mas taí uma faculdade pela qual eu morreria de amores! =P E imagina estudar cinema em Londres?! #sonho

    Sucesso nos estudos e parabéns pelo laptop com Office! Uhu! hahaha

    Abraços!

    Paz e Luz!

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    1. Django Livre é maravilhoso!!! Eu amo os filmes do Tarantino e olha que eu tenho horror a violência e cavalos morrendo na tela. E é claro que Django Livre foi uma homenagem do Tarantino aos filmes de faroeste que ele assista na infância, na verdade aos faroestes "spaghetti", de origem italiana.

      Você sabia dessa?

      Na verdade, o próprio nome do personagem-título já é uma homenagem, pois um desses faroestes italianos levava Django como título. Não sei se você reparou, mas na cena em que o Django está no bar na casa do Calvin Candy, logo após aquele luta entre os dois escravos, um italiano chega do lado do Django e pergunta seu nome. Ele responde soletrando o nome, ressaltando que o "D" é mudo. O italiano simplesmente diz "eu sei" e vai embora. Esse italiano é o ator Franco Nero, que interpretou o Django no filme original. :)

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